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    Pedro Duran
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    Pedro Duran

    O pai do Benjamin passou pela TV Globo, CBN e UOL. Na CNN, já atuou em SP, Rio e Brasília e conta histórias das cidades e de quem vive nelas

    PF deixou Polícia Civil do RJ “no escuro” para não atrapalhar operação do caso Marielle

    Sede da Polícia Civil e delegados foram alvos de mandado de busca e apreensão no Rio de Janeiro

    Ao anunciar a Operação Murder Inc., que prendeu o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, a Polícia Federal (PF) afirmou que a ação contava com “o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro”. O “apoio”, no entanto, se limitou ao deslocamento de viaturas e o acompanhamento dos trabalhos dos agentes federais.

    Fontes da cúpula da segurança pública no Rio de Janeiro afirmaram à CNN que a Polícia Civil ficou “no escuro” o tempo todo e só descobriu nesse domingo, na hora do cumprimento dos mandados, que um delegado, um comissário e um ex-chefe da Polícia Civil estavam entre os alvos.

    A decisão da Polícia Federal foi motivada pelo envolvimento dos integrantes da cúpula da corporação fluminense com o assassinato de Marielle.

    O receio, segundo fontes, foi de que provas pudessem ser destruídas ou até mesmo um plano de fuga dos envolvidos. Um dos locais que recebeu a visita de policiais federais nesse domingo (24) foi justamente a sede da Polícia Civil, no centro do Rio de Janeiro.

    A reação foi de “muita surpresa”, conforme relataram chefes da corporação à CNN. Ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa era homem forte e influente na corporação até sua prisão nesse domingo.

    Giniton Lages, escolhido por ele para comandar a Delegacia de Homicídios da capital fluminense, tinha sido o primeiro dos cinco delegados a investigar o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Ele e o comissário da Polícia Civil do Rio, Marco Antonio de Barros Pinto, foram alvos de mandados de busca e apreensão.

    A Polícia Federal aponta Giniton como o responsável por operacionalizar o plano de atrapalhar as investigações da morte de Marielle Franco.

    Marco seria o homem em campo, para embaraçar os trabalhos, inclusive fazendo intervenções no trato com as testemunhas pela polícia.

    Após a publicação da reportagem, a Polícia Civil do Rio de Janeiro enviou à CNN uma nota em que afirma que três delegados da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da instituição, escolhidos antecipadamente em comum acordo com a Polícia Federal, acompanharam as diligências.

    Eles dizem ainda que Rivaldo Barbosa “sequer fazia parte da atual administração superior e, portanto, não tinha ingerência em qualquer decisão da gestão”.

    Contra os três policiais que foram alvo da operação Murder Inc., foi instaurado um inquérito na Corregedoria-Geral. 

“Vale destacar que um dos compromissos da atual gestão da Polícia Civil é justamente o fortalecimento da Corregedoria – o que vem sendo realizado desde os primeiros dias –, dando maior autonomia em suas apurações, para responsabilizar qualquer desvio de conduta ou ato ilícito com o rigor da lei”, conclui a nota.