A visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao estado de Santa Catarina estava marcada há semanas, mas acabou fugindo do roteiro inicial proposto.

A meta era visitar dez cidades, começando por Joinville, onde ele pousaria. Assessores mais próximos de Bolsonaro, no entanto, cortaram cidades da lista e reduziram o itinerário.

A primeira a ser cortada foi a própria Joinville. Dois motivos levaram à decisão. O primeiro, as condições climáticas, que poderiam inviabilizar o pouso na cidade. O segundo, as condições políticas, que parecem ter inviabilizado de vez o candidato do ex-presidente na cidade catarinense.

A candidatura do Sargento Lima, do PL, não decolou. Ele aparece com 11% no Índice CNN, agregador de pesquisas da CNN. Está muito atrás do atual prefeito, Adriano Silva, do Partido Novo, que aparece com 66%, com chances de ser reeleito em primeiro turno.

A campanha eleitoral na cidade foi vista como “causa perdida” e fez com que ela fosse tirada do roteiro.

Outra cidade cortada foi Blumenau, uma das maiores do estado. Mas por um motivo oposto: o candidato do PL aparece com muita vantagem.

No Índice CNN, o delegado Egídio Ferrari tem 39%. Ele é apoiado pelo atual prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), de quem o candidato de Bolsonaro herdou a vice, Maria Regina de Souza Soar, do PSDB.

Neste caso, a cidade não entrou no roteiro porque a vantagem é muito grande sobre o segundo colocado, Odair Tramontim, do Novo.

A capital do estado, Florianópolis, nunca esteve no roteiro. O prefeito Topázio Neto (PSD) é candidato à reeleição e tem vantagem significativa. A vice escolhida é do PL, Maryanne Mattos, mas o entorno de Bolsonaro decidiu que ele apenas faria campanha de rua com candidatos do próprio partido.

Na quinta (19), Bolsonaro passou por Navegantes, Itajaí e Balneário Camboriú. Nesta sexta (20) vai para Palhoça e Criciúma.

Camboriú tem um peso especial, pois o filho do ex-presidente, Jair Renan, é candidato a vereador. Mas esse não é o único “caso de família” da viagem.

O ex-presidente também gravou vídeos com Jorginho Seif (PL), filho do senador Jorge Seif, que foi Secretário Nacional de Pesca e Aquicultura de Bolsonaro. O filho de Seif é candidato a vereador na cidade de Itapema, interior de Santa Catarina.

O governador Jorginho Mello e a deputada federal Carol de Toni, ambos do PL, também estão juntos na incursão.

Mas a visita não agradou a todos. Em sua conta no Instagram, a deputada estadual Ana Campagnolo (PL) chamou Bolsonaro de “coitado” e reclamou da subida dele no carro de som com o candidato a prefeito de Navegantes, Rogério da Equilíbrios, também do PL.

Campagnolo é de uma ala oposta à de Seif, na qual os integrantes apoiaram a reeleição do prefeito Liba Fronza (PSD).

Procurado pela CNN, Seif não quis comentar sobre o racha no partido.