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    Pedro Duran
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    Pedro Duran

    O pai do Benjamin passou pela TV Globo, CBN e UOL. Na CNN, já atuou em SP, Rio e Brasília e conta histórias das cidades e de quem vive nelas

    Análise: Com “strike” na política, Sergio Moro atraiu a revolta de Lula a Bolsonaro; entenda

    Hoje isolado, ex-juiz travou batalhas com STF, Podemos, deputados aliados, Álvaro Dias, Lula e Bolsonaro

    Algoz do agora presidente Lula (PT) por motivos óbvios, Sergio Moro (União Brasil) não conseguiu se firmar como personagem relevante da política brasileira. Ao contrário, acabou ficando isolado depois de vários movimentos vistos por antigos aliados como ‘deslealdade’.

    Moro já não tinha a simpatia dos ministros do Supremo Tribunal Federal desde que conduziu a Operação Lava Jato de modo a extrapolar os limites jurídicos e geográficos daquilo que poderia fazer como juiz federal.

    Mas o “strike” de Moro na política tradicional, rompendo com todos os lados, começa na noite de 9 de agosto de 2018, em um debate transmitido pela TV Bandeirantes. Foi lá que, pela primeira vez, o “Moro político” apareceu.

    O então candidato a presidente Álvaro Dias (Podemos), sugeriu ao vivo que, caso vencesse, convidaria Sergio Moro para ser seu ministro da Justiça. O então juiz preferiu não comentar.

    Meses depois aceitaria o convite de Jair Bolsonaro (PL), vitorioso no pleito. A versão “Moro ministro”, no entanto, durou apenas 15 meses. Ao deixar o cargo, o ex-juiz ainda fez críticas ao então mandatário por ter supostamente interferido no trabalho da Polícia Federal.

    Tornando-se odiado por lulistas e bolsonaristas, Moro recebeu o convite do Podemos para voltar à política nas eleições de 2022. O plano era ser candidato a presidente. A festa com pompa foi no dia 10 de novembro de 2021.

    Pelo partido, Moro fez palestras, eventos e se reuniu com outros potenciais candidatos. Foi recebido de tapete vermelho, mas virou as costas em 31 de março de 2022, data em que se filiou ao União Brasil. Ou seja, a versão “Moro do Podemos” durou apenas quatro meses e meio.

    Ao sair, despertou a fúria da presidente do partido, Renata Abreu, e da cúpula que pretendia eleger uma bancada robusta de deputados em cima da tal terceira via. No fim, o partido acabou ficando com, apenas, 16 deputados.

    A chegada de Moro no União Brasil também não foi nada pacífica. Ao contrário, uma ala do partido defendia que ele não era bem-vindo. No campo minado da nova legenda, reinavam vários investigados da então Operação Lava Jato.

    Sem espaço para tentar ser presidente, restou a Moro ser candidato ao Senado por seu estado natal, o Paraná. Ironicamente, passaria então o postulante ao Senado enfrentar diretamente o primeiro que lhe estendeu a mão na política: Álvaro Dias.

    Mesmo tendo alcançado o terceiro lugar nas pesquisas do início de 2022, antes da corrida eleitoral, Sergio Moro teve que abrir mão do sonho pelo posto mais alto da política nacional.

    Se antes ele batia intenções de voto entre 8% e 10%, no fim acabou assistindo ao processo de desmanche da Operação Lava Jato, produzido por Bolsonaro, mantido por Lula e garantido pelo STF.

    Rivais, Lula e Bolsonaro não concordam em praticamente nada. Há porém, esse desejo como exceção: ver Sergio Moro cassado.