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    Pedro Duran
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    Pedro Duran

    O pai do Benjamin passou pela TV Globo, CBN e UOL. Na CNN, já atuou em SP, Rio e Brasília e conta histórias das cidades e de quem vive nelas

    Policiais teriam pedido R$ 40 milhões para tirar delator do PCC de inquérito

    Em depoimento à Corregedoria, realizado 8 dias antes de ser executado, Vinicius Gritzbach afirmou que extorsão foi feita pelo delegado Fábio Baena e o investigador Eduardo Monteiro

    O empresário Vinicius Gritzbach afirmou, em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, que o delegado Fábio Baena e o investigador Eduardo Monteiro cobraram R$ 40 milhões para retirar o nome dele do inquérito em que ele era investigado pela morte de Anselmo Becheli Santa Fausta, membro do Primeiro Comando da Capital (PCC) conhecido como “Cara Preta”.

    As declarações de Griztbach foram feitas no dia 31 de outubro. Em 8 de novembro, ele foi morto a tiros no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos.

    Nesta terça-feira (17), o delegado Eduardo Monteiro e o investigador Fábio Baena foram presos em uma operação da Polícia Federal (PF) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público suspeitos de atuar em conluio com o PCC. Além deles, outros dois investigadores da Polícia Civil também foram presos, e um ainda não foi encontrado.

    Na operação, a PF e o Gaeco investigam os crimes de manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a criminosos e corrupção dos agentes para beneficiar esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa. A Corregedoria da Polícia Civil também apoia a ação.

    A investigação começou a partir da análise de provas obtidas em diversas investigações policiais que envolveram movimentações financeiras, colaboração premiada e depoimentos.

    Gritzbach, que manteve negócios com diversos membros do PCC, fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público pouco antes de morrer.

    Outro policial preso na operação de hoje também foi citado por Gritzbach em seu depoimento à Corregedoria. Segundo ele, o investigador Rogério de Almeida Felício, conhecido como “Rogerinho” teria ficado com quatro relógios de luxo dele, apreendidos quando Gritzbach foi preso no inquérito que investiga a morte de Cara Preta.

    Segundo o delator, uma caixa contendo cerca de 20 relógios de luxo que ele colecionava foi apreendida durante sua prisão. Porém, quando as peças foram devolvidas, faltavam 7 relógios – quatro da marca Rolex, dois da marca Hublot e um da Frederique Constant. Juntas, as peças tinham um valor de cerca de R$ 700 mil.

    O empresário contou, na ocasião, que viu diversas fotos de Rogerinho usando dois dos relógios Rolex e os dois Hublot que reconheceu como sendo seus. O empresário chegou a entregar as imagens para a Corregedoria.

    Membros do PCC teriam pago policiais para não serem investigados

    No mesmo depoimento, Gritzbach afirmou que membros do PCC teriam pago quantias milionárias em dinheiro vivo para o delgado Fábio Baena para não serem investigados pela morte de“Cara Preta”.

    Segundo ele, os traficantes Rafael Maeda, conhecido como “Japa”, e Danilo Lima de Oliveira, conhecido como Tripa, pagaram, cada um, R$ 5 milhões para serem retirados do inquérito. Na época, o delegado Baena presidia o inquérito na 3ª Delegacia de Polícia de Repressão a Homicídios Múltiplos do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

    Ainda conforme o relato de Gritzbach, foram Japa e Tripa que o sequestraram e o levaram para um “tribunal do crime” do PCC.

    Na delação, Gritzbach contou ainda que os policiais Baena e Monteiro começaram a abrir empresas para lavar o dinheiro que recebiam dos traficantes. Segundo ele, Monteiro teria comentado que “se investigassem seu Coaf, ele seria preso”.

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