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    Pedro Duran
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    Pedro Duran

    O pai do Benjamin passou pela TV Globo, CBN e UOL. Na CNN, já atuou em SP, Rio e Brasília e conta histórias das cidades e de quem vive nelas

    PCC comprou hotéis “a preço de banana” e usou porteiros e faxineiros como laranjas

    Ao todo, a Polícia Civil de São Paulo aponta que 78 estabelecimentos são suspeitos de fazerem parte da rede do crime no centro da capital

    Na última semana a Polícia Civil de São Paulo conseguiu a interdição de 28 hotéis que, segundo as investigações, estavam sendo controlados pelo PCC, principal facção criminosa do estado.

    O trabalho foi realizado em conjunto com a Subprefeitura da Sé. Os hotéis interditados, no entanto, não representam nem metade dos que estão na mira da polícia.

    Para os investigadores ouvidos reservadamente pela CNN, o esquema de infiltração do PCC na economia do centro da maior cidade do país conta com 78 hotéis. Todos eles têm suspeitas de movimentações financeiras acima do normal e indícios de crimes, como lavagem de dinheiro.

    A Operação Downtown foi baseada em dados obtidos por meio da Junta Comercial do Estado de São Paulo e do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), uma unidade de inteligência financeira que ajuda a municiar a polícia com dados estratégicos para investigações envolvendo crimes como corrupção, enriquecimento ilício e lavagem de dinheiro.

    As investigações apontam que os criminosos compraram hotéis desvalorizados pela deterioração do centro da cidade “a preço de banana”. Alguns tinham membros da facção como proprietários.

    Outros eram colocados no nome de laranjas, como porteiros e faxineiros, que chegavam a movimentar R$200 mil em suas contas pessoais.

    A Polícia ainda deve ouvir esses suspeitos. Não se sabe se eles foram coagidos ou se obtiveram vantagens com os crimes. Contra parte dessas pessoas foram cumpridos mandados de quebra de sigilo bancário e fiscal. Ao todo, 26 contas tiveram valores bloqueados que podem superar R$ 5 milhões.

    Os hotéis eram usados com múltiplas funcionalidades pelos criminosos, segundo a polícia. Eles serviam de “bunker” para o armazenamento de drogas e armas, funcionavam como esconderijo dos bandidos e também ofereciam pernoites a valores simbólicos, como R$10, para os usuários de drogas.

    A intenção da facção não era usar o hotel para fins lucrativos. Hospedar os usuários era um esquema de fachada para que as empresas adquiridas funcionassem com seu objetivo principal: lavar dinheiro do tráfico.

    A próxima fase da operação deve mirar quatro empresas maiores, para onde o dinheiro que passava pelos hotéis era direcionado. Para evitar comprometer a estratégia, detalhes dessas empresas não foram revelados à CNN.

    Nas últimas semanas, a CNN mostrou como o PCC se infiltrou em empresas que movimentaram bilhões de reais com o transporte públicos pela rede de ônibus na cidade e também em Organizações Sociais que prestam serviço na área da saúde.

    Neste momento, há uma série de investigações paralelas na Polícia Civil de São Paulo para fechar o cerco contra o PCC, cortando suas fontes de renda.

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