MP decide ouvir Milton Leite e Jilmar Tatto na investigação sobre ônibus do PCC
Presidente da Câmara e Secretário de Comunicação do PT foram incluídos como testemunhas em uma das denúncias
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) convocará o presidente da Câmara dos Vereadores da capital, Milton Leite (União Brasil), e o deputado federal Jilmar Tatto, que é secretário nacional de Comunicação do PT, para que prestem depoimentos na operação que mira a infiltração do PCC no transporte público.
Os dois foram arrolados como testemunhas em uma das denúncias oferecidas pelo MPSP à Justiça.
A ideia é ouvir Milton e Jilmar no inquérito policial que investiga os crimes no Departamento Estadual de Investigações Criminais, o Deic, da Polícia Civil. A investigação é conduzida por uma força-tarefa da qual fazem parte os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público.
Esse inquérito visa esclarecer como a Transwolff conseguiu vencer a licitação para passar a operar ônibus da rede municipal de transporte e mobilidade.
Tatto foi secretário de Transportes nas gestões de Marta Suplicy (PT) e Fernando Haddad (PT). No início dos anos 2000, coube a ele fazer a primeira licitação para o serviço de transporte público, que dividiu a cidade em vários lotes.
Leite detém influência no setor até hoje, de acordo com fontes ouvidas pela CNN. “Não recebi nada oficialmente, mas estou sempre à disposição da Justiça e do Ministério Público”, afirma o presidente da Câmara Municipal.
Milton é um dos nomes mais fortes da política paulista e aliado de Ricardo Nunes. Os dois filhos dele, Alexandre e Milton Filho, hoje são deputados federal e estadual.
A assessoria de Jilmar Tatto disse que o deputado “ainda não foi notificado e, assim que for, se colocará à disposição para responder os questionamentos”.