Com voz potente de qualidade descrita como “extraordinária”, o cantor Agnaldo Rayol é descrito como “autoridade” e “unanimidade” entre os artistas segundo o preparador vocal Wilson Gava.

À CNN, Gava lembrou das histórias do cantor, que morreu nesta segunda-feira (4) depois de uma queda que sofreu em sua casa, na cidade de São Paulo. “É duro receber essa notícia, parece mentira”, comenta o professor.

“Tem uma [história] muito especial… Ele foi gravar o programa dele no sul e a diretora disse: Agnaldo uma das telemoças – que eram as meninas que apresentavam o merchan -gosta de cantar e ela queria que você visse ela cantando. Ele aceitou e disse que ela cantou lindamente e falou “parabéns, você canta muito bem, qual o seu nome?”. E ela falou: Elis Regina”.

Gava conta que, na época, Elis tinha 16 anos. Os dois perderam o contato depois do fim do programa dele e foram se encontrar três anos depois no Festival da Record, no ano em que ela ganhou.

O professor de canto e preparador vocal já trabalhou com artistas como Sandy e Júnior, Paulo Ricardo, Família Lima, Roupa Nova e Paula Lima.

Ele coloca Rayol na mesma prateleira de outros fenômenos de uma geração de ouro da música, como Frank Sinatra, Elvis Presley, Vicente Celestino, Ataulfo Alves, Orlando Silva e Angela Maria.

“Ele era uma referência técnica sem nunca ter estudado técnica. Os agudos que ele tinha, a habilidade musical dele se equiparava a qualquer grande artista do mundo, Andrea Bocelli, Pavarotti, sem dever nada para esses grandes artistas. E ele conseguia transitar entre o operístico e a música popular com maestria”, contou o professor.

“Além da potência vocal, uma voz forte, potente, a extensão da voz dele era algo impressionante e mesmo já com idade avançada, ele mantinha uma qualidade vocal extraordinária, mas além da voz, além da potência, da extensão, da sustentação que ele era muito capaz, [tinha o lado] intérprete, que aí é o artista”, completou.