Júri do caso Marielle: promotores esperam julgamento “pedagógico” e recado político
Integrantes do Ministério Público ouvidos pela CNN apontam que testemunhas “simbólicas” foram chamadas
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Socióloga e mestre em Administração Pública, Marielle Franco era vereadora do Rio de Janeiro. Ela foi assassinada em 14 de março de 2018 em um atentado ao carro onde ela estava; 13 tiros atingiram o veículo • Reprodução/Instagram
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Anderson Gomes, motorista do carro que levava Marielle, também morreu no atentado • Reprodução/Facebook
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Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são os acusados do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes • Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil
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A Justiça brasileira segue na busca pelos mandantes do assassinato da vereadora • Reprodução/Instagram
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Uma estátua de Marielle Franco foi inaugurada na Praça Mário Lago, no centro da capital fluminense • Divulgação/Instituição Marielle Franco
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Marielle era presidente da Comissão da Mulher na Câmara; segundo o Instituto Marielle Franco, ela iniciou sua militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré • Reprodução/Instagram
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A irmã de Marielle, Anielle Franco, é ministra da Igualdade Racional do Brasil do governo Lula • Reprodução/Instagram
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Marielle Franco era casada com a também vereadora Monica Benicio • Reprodução/Instagram
Promotores envolvidos no julgamento do caso Marielle Franco ouvidos pela CNN apontam que o júri popular ao qual serão submetidos Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz deve durar até quinta-feira (31), deixando uma espécie de recado político de oposição ao crime organizado, à violência política e à impunidade.
Como ambos os réus fecharam acordos de delação premiada, a autoria e a materialidade dos crimes não serão debatidas.
Por isso, o foco maior deve ser em detalhes, especialmente o tipo de crimes e a pena aplicada a eles.
Lessa e Queiroz são réus confessos da execução da então vereadora do PSOL em 2018.
A defesa deve tentar derrubar a tese de que a morte do motorista Anderson Gomes foi premeditada, tentando transformar a acusação de homicídio doloso em culposo e até retirar agravantes.
O mesmo vale para a acusação da tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora de Marielle que também estava no carro e sobreviveu.
O julgamento está previsto para começar às 9h da manhã desta quarta-feira (30) no 4° Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.
A intenção, segundo fontes da acusação, é fazer um julgamento pedagógico, de modo que, mais do que imputar crimes aos acusados, seja possível explicar de forma clara os progressos da investigação e o papel de cada um dos dois.
Foram chamadas nove testemunhas para depor, duas pela acusação e sete pela defesa.
Entre as de acusação estão a mãe e a viúva de Marielle Franco. Embora elas possam acrescentar pouco ao contexto do júri do ponto de vista da caracterização dos crimes e da responsabilização dos acusados, são tidas pelo Ministério Público como “testemunhas simbólicas”, ouvidas para dar peso à acusação e relembrar quem era Marielle Franco.
Monica Benício, a viúva de Marielle, deve ser uma das primeiras a depor.
Ela disse à CNN na noite de terça (30) que estava “preparando o coração” para este momento.
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