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    Pedro Duran
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    Pedro Duran

    O pai do Benjamin passou pela TV Globo, CBN e UOL. Na CNN, já atuou em SP, Rio e Brasília e conta histórias das cidades e de quem vive nelas

    Granjeiros do RS estimam morte de quase 1,5 milhão de aves em enchentes

    Conta leva em consideração aves de corte, poedeiras e usadas para a reprodução; quase 1 milhão de ovos foram perdidos

    Com 30 anos de atuação, a granja da família Frühauf viveu agora em maio o pior momento de sua história. Com água até a cintura, funcionários estavam tentando salvar as aves, mas tiveram que ser resgatados de barco. Com sede em Taquari, a Avicampo contabiliza perdas que ultrapassam R$ 3 milhões.

    Entre elas, a morte de 85 mil aves poedeiras, caminhão, carro, trator, classificadora, filmadora, painéis, móveis e materiais de escritório. Fábio Frühauf, um dos proprietários da Avicampo, explica que a recuperação é difícil e demorada.

    “Se você vai alojar uma franga, se você comprar ela pronta, com 100 dias, ela vai comer mais 50, 60 dias e vai começar a produzir depois. Se você vai alojar um pintinho, é 5, 6 meses… esse é o problema. Então, com perda de 90% do plantel, por mais que você aloje tudo de novo, você precisa de capital de giro para aquelas galinhas que estão consumindo e, sem produzir, você não vai conseguir atingir a produção. O que falta é capital de giro até as galinhas alojadas produzirem de novo”, explica.

    Esse é um dos pedidos dos granjeiros aos governos. A Organização Avícola do Rio Grande do Sul (OARS) e suas entidades Asgav e Sipargs, divulgaram nota conjunta em que pedem “recursos emergências com agilidade e sem excessos de burocracias e entraves que poderão inviabilizar muitas atividades rurais, empregos e produção de
    alimentos”.

    Nas contas dele, quase 1,5 milhão de aves morreram com as chuvas no estado e cerca de 1 milhão de ovos também foram perdidos. A conta leva em consideração as aves de corte, cuja carne é vendida como alimento, as aves poedeiras, usadas para produzir os ovos, além de pintos. Ovos férteis e eclodidos também foram somados para contabilizar as perdas, que chegam a R$ 183 milhões.

    O presidente executivo da associação afirma que a tragédia pode impactar nos preços de aves e ovos. “Tudo vai depender dos custos e melhoria na logística de abastecimento. Podemos ter oscilações momentâneas no mercado mas logo estabiliza. É o histórico do setor nas crises que afetam a comercialização”, disse ele à CNN.

    Uma das estratégias deles é uma campanha que incentiva a compra de carne de frango produzida no Rio Grande do Sul. Uma imagem tem sido divulgada para lembrar das empresas gaúchas, como Seara, Aurora, BRF, Agrosul, Agroaraçá, BomFrango, Carrer Alimentos, Somave, Saziare, Piobesam e Muniano.

    A Dália Alimentos, que tem sede em Encantado, foi uma das empresas afetadas. O frigorífico de frangos de corte e a fábrica de ração ficam em Arroio do Meio, que teve boa parte de sua infraestrutura destruída nas enchentes. O presidente da empresa, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, conta que o estrago poderia ser bem maior.

    “A água entrou no pátio da empresa e em algumas instalações da planta de abate. A nossa cadeia dos frangos de corte é recente, ela foi melhor projetada, porque conhecíamos o histórico de inundações. O dano poderia ser muito maior se a gente não tivesse tido esse cuidado”, diz ele.

    Além da perda de aves e ovos, os produtores ainda apontam danos em estruturas, como aviários, fábricas de rações, maquinário, equipamentos, frigoríficos
    com atividades paralisadas, motores, rede elétrica, tubulações, geradores, caixas d’água, comedouros, bebedouros e ninhos.