Aquele reservatório de água atrás de geladeiras antigas, as caixas d’água mal tampadas e até pisos suspensos que deixam vão ou fresta onde pode haver acúmulo de água. De acordo com informações das secretarias municipais de Saúde das cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, esses são alguns dos lugares onde o mosquito da dengue tem conseguido deixar seus ovos e se proliferar.

Outro local apontado como crítico pelo secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, são os cemitérios. Por terem vasos ornamentais, recipientes de plástico a céu aberto e plantas que são esquecidas, os túmulos podem se tornar mais um local de criadouro para o mosquito.

Na lista há ainda as calhas, que constantemente acumulam água quando serviriam para escoá-la, muros com cacos de vidro usados para proteger as casas e os bebedouros de cães, gatos e pássaros. Todos esses lugares são propícios para o desenvolvimento das larvas e pupas que se transformam na versão adulta da aedes aegypti.

“A recomendação é sempre que a população receba ao agente para que ele, que é capacitado para enxergar locais de risco, oriente adequadamente as pessoas. A partir dessa orientação, que a pessoa realize semanalmente um ‘checklist’, a avaliação do ambiente, em busca de sempre esgotar locais de água parada e também impedir o acesso do mosquito a esses locais”, sugere o diretor de Zoonones da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Eduardo Viana.

No caso dos pisos suspensos, Viana explica que os agentes tem se deparado com esse tipo de criadouro inusitado, que passa despercebido pra muita gente porque não está à vista.

“Em algumas construções arquitetônicas existe um tipo de piso flutuante, em que a drenagem é feita por baixo, ou seja, água escorre entre as placas do piso cimentício. Embora tenha um efeito estético muito agradável, a função de drenagem embaixo nem sempre é avaliada em uma periodicidade adequada e acaba propiciando o acúmulo de água nesses locais”, conta ele.

Entre os pontos levantados há ainda aqueles que são tradicionalmente esquecidos, como lixos e depósitos de ferro velho ou entulho. Ainda que estes locais não façam parte do terreno onde a pessoa mora, ela pode entrar em contato com a prefeitura e informar sobre potenciais focos de dengue.