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    Pedro Duran
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    Pedro Duran

    O pai do Benjamin passou pela TV Globo, CBN e UOL. Na CNN, já atuou em SP, Rio e Brasília e conta histórias das cidades e de quem vive nelas

    Fogo no Pantanal avança quase 400 mil hectares em uma semana e bloqueia rodovia

    Nas contas do governo federal, a soma das áreas atingidas no Pantanal já ultrapassou 1,3 milhão de hectares e abrange dois estados

    Um relatório do governo do Mato Grosso do Sul obtido pela CNN aponta que as queimadas no Pantanal avançaram quase 400 mil hectares em apenas uma semana.

    Na última terça-feira (30), eram 700 mil hectares que já tinham sido tomados pelo fogo apenas no Pantanal sul-mato-grossense. Já na terça (6), o número subiu para 1.089 milhão de hectares: uma alta de 55% em apenas 7 dias.

    Por conta do avanço do fogo, a BR 262 que liga Campo Grande (MS) a Corumbá (MS) teve que ser fechada pelos Bombeiros. A travessia está sendo realizada com interrupções frequentes após as chamas chegarem à margem da rodovia.

    As queimadas invadiram cidades como Corumbá, Miranda e Aquidauana.

    Esse já é o maior incêndio da história do Pantanal, segundo os dados oficiais. Até então, o ano de 2020 liderava o levantamento, com 500 mil hectares carbonizados: menos da metade da área atingida neste ano. Na prática, a alta foi de 118% de 2020 para 2024 e de 3.791% de 2023 para 2024.

    Depois de 128 dias de atividade, a Operação Pantanal chegou à fase mais crítica, já que agosto e setembro são meses onde tradicionalmente há seca.

    “Hoje nós estamos atuando efetivamente em 9 grandes incêndios aqui no Pantanal, mas a demanda é muito grande e a todo momento a gente atende solicitações. Esse incêndio que chegou na rodovia BR 262 começou com um caminhão que pegou fogo em meio à vegetação seca. Esse incêndio já consumiu aproximadamente 270 mil hectares naquela região”, relatou à CNN a tenente-coronel Tatiane Dias, do Corpo de Bombeiros do MS.

    A fumaça densa também é apontada por ela como um obstáculo, já que prejudica consideravelmente a visibilidade na rodovia. Tanto é, que eles tiveram que suspender todos os voos e concentrar-se apenas no trabalho de solo.

    “Essa fumaça também tem uma consequência para o nosso combate. As nossas aeronaves ficam impossibilitadas de efetuar aqueles lançamentos de água nas linhas de fogo porque a fumaça densa não dá visibilidade para os pilotos”, conta ela.

    Fumaça registrada por drone no MS / Emmanuel Cavasana e Laura Sigarini/Arquivo Pessoal

    O governo federal afirma que existem no local 233 agentes de órgãos do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, 106 militares do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul, 34 agentes da Força Nacional de Segurança Pública, 20 do Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, além de integrantes das Forças Armadas e da Polícia Militar estadual.

    A estrutura de combate às chamas conta com 23 aeronaves, sete caminhões, seis embarcações e 44 caminhonetes. Acontece que os focos de calor saltaram de 255 em 2023 para 5,4 mil em 2024. No recorde histórico, em 2020, tinham sido 3.672.

    O fotógrafo Philipe Prestes costuma utilizar a BR 262 e tem presenciado o incêndio. “Mais especificamente ali no trecho Corumbá-Miranda a gente vê muitos focos de incêndio tanto perto quanto longe da BR a gente vê as luzes da queimada e a fumaça”, relata à CNN.

    Bombeiros atuando na BR 262 em Miranda (MS) / Bruno Rezende/Secom MS

    “Quando você vem de Campo Grande para Corumbá, quando você passa Aquidauana, já é nítida a camada de fumaça que se forma no ar”, disse ele.

    O biólogo e diretor do SOS Pantanal, Gustavo Figueroa, está no Pantanal da Nhecolândia ajudando no combate às queimadas como voluntário.

    “A gente ainda está no começo do período mais crítico da seca, que deve durar até o final de setembro. Então a situação em geral é grave, existem três grandes focos, um no Pantanal Norte e dois no Pantanal Sul, um deles aqui onde nós estamos aqui no Rio Negro”, afirmou Figueroa.

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