Execução em aeroporto completa um mês com 1 preso, 6 liberados, 1 foragido e 4 não identificados
Juíza soltou suspeitos em audiência de custódia, apenas um jovem de 19 anos ficou preso


Após audiência de custódia, a Justiça decidiu manter a prisão de um jovem de 19 anos acusado de participar indiretamente da execução do empresário Antônio Vinícius Gitzbach, no aeroporto de Guarulhos. Ele é o único que se manteve preso depois das audiências de custódia realizadas nesse final de semana.
Tio e irmão do rapaz, assim como um casal e outras duas pessoas, também foram detidos pela polícia, mas acabaram soltos. O casal nem chegou a ser submetido à audiência de custódia pois o objetivo da polícia era ouví-los como testemunhas.
Na decisão, a juíza que soltou os familiares do jovem entendeu que não foram reunidos os elementos para a prisão em flagrante. A prisão do irmão dele havia sido anunciada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), sem que o homem tivesse sequer ligação com o crime estabelecida pelos investigadores.
“Após um trabalho de inteligência, policiais de ROTA acabam de prender um dos criminosos envolvidos no assassinato de Vinicius Gritzbach, ocorrido no aeroporto de Guarulhos. Ele foi preso com munições de fuzil e está sendo conduzido ao DHPP”, disse o governador em postagem.
Apesar da manifestação do governador, o que levou à operação que prendeu os três homens da mesma família não foi o trabalho de inteligência da polícia, mas uma denúncia por telefone.
O governo havia estipulado uma recompensa de R$ 50 mil para informações que pudessem levar a Kauê do Amaral Coelho, mas ele segue foragido. A suspeita é de que tenha fugido para o Rio de Janeiro. Autoridades do Rio revelaram à CNN que um “consórcio de facções” pode ter sido feito para abrigar o criminoso em uma comunidade carioca.
Kauê, que tem 29 anos e já foi preso por tráfico em 2022, é o único da quadrilha de pelo menos cinco pessoas que foi identificado até agora. Ele aparece em imagens do saguão do Aeroporto de Guarulhos falando ao telefone. Segundo a polícia, ele estava avisando aos executores que o empresário é delator do PCC e que havia desembarcado do voo vindo de Maceió.
O único que segue preso é o jovem Matheus Soares Brito, de 19 anos. À CNN, o advogado dele, Eduardo Kuntz, contestou a legalidade das prisões. “Não havia mandado de prisão em aberto contra eles. A detenção foi arbitrária e absurda. Vamos recorrer da decisão e buscar a liberdade dos meus clientes,” disse.
Segundo fontes da força tarefa, Matheus teria ajudado Kauê na chegada dele ao aeroporto e na fuga para o Rio de Janeiro. A defesa nega.
Pelo menos cinco pessoas fizeram parte da quadrilha de execução de Antônio Vinícius Gritzbach, segundo as investigações. Além de Kauê, seriam dois executores armados com fuzis, um motorista do carro que levava ambos, e um outro homem que teria ajudado na fuga. A participação de uma sexta pessoa que estaria no mesmo voo de Gritzbach, vindo de Maceió, ainda está sendo investigada.