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    Pedro Duran
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    Pedro Duran

    O pai do Benjamin passou pela TV Globo, CBN e UOL. Na CNN, já atuou em SP, Rio e Brasília e conta histórias das cidades e de quem vive nelas

    Enriquecimento da ‘Cigana Esmeralda’ pode levar a outros crimes; entenda

    Mulher apontada como suspeita de participar da morte de empresário, tinha carros de luxo e imóveis

    A Polícia Civil do Rio de Janeiro tem indícios de que a cigana Suyany Breschak, apontada como participante do homicídio do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, pode ter cometido outros crimes antes da morte do homem.

    Um dos indícios que sustenta a tese é o enriquecimento da mulher, que, segundo a investigação, possui duas Mercedes, além de imóveis, como casas e terrenos, de acordo com fontes ouvidas pela CNN.

    Uma das suspeitas que pode ser investigada pelos policiais é a de que a mulher extorquia clientes e aplicava golpes, usando a coação para cobrar dinheiro devido por trabalhos, como os de ‘amarração do amor’.

    Essa pode se a próxima frente da investigação, assim que a polícia conseguir capturar Júlia Andrade Cathermol Pimenta, namorada de Marcelo, que teria sido a responsável por envenená-lo com altas doses de medicamentos como morfina e clonazepam.

    A tese dos policiais é de que Júlia matou Luiz Marcelo para tentar ‘herdar’ parte do patrimônio que ele tinha, como por exemplo um terreno onde funcionava um estacionamento e seria a fonte mais lucrativa de receitas do empresário.

    Em seu depoimento, a ‘Cigana Esmeralda’, como Suyany se autointitula, ela teria dito à polícia que Júlia tinha com ela uma dívida de R$600 mil. O carro roubado de Luiz Marcelo, entregue à cigana e repassado a um terceiro homem, teria sido parte do pagamento por serviços de ‘amarração do amor’, inclusive com ex-namorados de Júlia.

    A polícia também já descobriu que esses trabalhos místicos feitos por Suyany chegavam a custar R$3 mil. Uma das linhas de investigação deve apontar qual teria sido o caminho para que ela conseguisse ampliar tanto o patrimônio a ponto de acumular riquezas que seriam, supostamente, incompatíveis com as ações esotéricas.

    A cigana foi presa no último dia 29 de maio, quarta-feira, depois de uma operação policial para buscar as duas suspeitas do crime, por meio do rastreamento do carro de Luiz Marcelo, que teria sido levado por Júlia depois do assassinato.

    Fontes da investigação disseram à CNN que a polícia chegou muito perto de capturar Júlia no mesmo dia, mas ela acabou escapando. A busca pela foragida é a prioridade da polícia neste momento, mas a investigação deve continuar mesmo depois da captura.

    Há ainda respostas que os investigadores estão buscando. Uma delas é: qual a substância que levou à morte do empresário? O relato da cigana é de que Júlia teria dissolvido cerca de 50 comprimidos de um medicamento que continha morfina em um brigadeirão preparado para o namorado. Uma caixa do medicamento foi encontrada no apartamento dele, no Engenho Novo, mas devido ao alto grau de decomposição do corpo, não foi possível fazer os testes químicos mais rápidos para identificar as substâncias. O corpo agora passa por perícia. A investigação aponta que Júlia comprou clonazepam e morfina em uma farmácia próxima ao apartamento onde ele vivia.

    Sobre isso, ainda há uma divergência entre a versão de Júlia, em depoimento prestado à polícia e a de outras testemunhas ouvidas pelo caso. Júlia disse que há um mês morava com Luiz Marcelo, o que é negado por outras pessoas ouvidas na investigação.

    O papel da cigana nesse homicídio ainda é incerto. Para a polícia, são fartas as evidências que apontam que ela teria, sim, sido cúmplice de Júlia na morte do namorado. O que os investigadores ainda não sabem é: qual seria a função dela: mentora do crime ou coautora.

    Há dúvidas também sobre as movimentações financeiras de Júlia e Suyany. Se, além do carro, outras transferências financeiras foram realizadas entre elas. Para isso, a Polícia pediu à Justiça a autorização para a quebra de sigilo e espera a resposta.

    Os investigadores ainda querem saber se o crime foi planejado e executado exclusivamente pela dupla ou se há algum outro envolvido que poderia indicar uma rede de criminosos.

    A CNN tentou contato com a defesa de Suyany Breschak, mas ainda não foi respondida.