Com mais de 1300 ônibus controlados pelo PCC, prefeitura irá intervir no transporte de São Paulo
Gestão de Ricardo Nunes quer garantir que ninguém fique sem atendimento depois de operação do Ministério Público
A prefeitura de São Paulo decidiu fazer uma intervenção no transporte público municipal depois da revelação de que 1365 ônibus que circulam na cidade são controlados pelo PCC. Os veículos fazem parte de linhas que circulam nas zonas leste e oeste e transportam cerca de 350 mil pessoas por dia.
Fontes da administração municipal confirmaram que o plano entra em vigor ainda hoje (9). A intenção é não deixar as pessoas sem assistência ou transporte. Não foi revelado, no entanto, se com a intervenção a prefeitura passará a controlar esses veículos ou se remanejará a frota de outras empresas.
Entre os alvos da operação Fim da Linha, deflagrada pelo Ministério Público em conjunto com a Receita Federal nessa manhã, estão os donos das empresas investigadas, a UpBus e a TW.
A Upbus atende a região da Zona Leste, com ônibus passando por Itaim Paulista, Cidade Tiradentes, A.E Carvalho e Itaquera, chegado até a região da Penha.
A Transwolff (TW) tem dois lotes da Zona Sul, abrangendo os bairros de Parelheiros, Grajaú, Varginha, chegando até Santo Amaro, além da região de Jardim Angela e Capão Redondo.
O Ministério Público estima que as duas tenham arrecadado cerca de R$ 800 milhões da Prefeitura nos últimos anos pelos serviços prestados.
A investigação aponta que o PCC tomou o controle dessas duas empresas, que antes eram cooperativas, para conseguir lavar o dinheiro do tráfico. Foram cumpridos quatro mandados de prisão e 52 de busca e apreensão contra 29 suspeitos de fazerem parte da rede do crime organizado montada no transporte municipal.