Caso Marielle: defesa de Lessa e Élcio recusou mulheres para formar júri 100% masculino
Duas mulheres foram excluídas pelos advogados dos réus no início do julgamento
Os advogados de Ronie Lessa e Élcio de Queiroz, assassinos confessos da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL), decidiram recusar duas mulheres que haviam sido sorteadas para integrar a comissão de jurados. Com isso, os sete jurados escolhidos foram homens.
A prerrogativa de recusa de nomes é prevista no rito do Tribunal do Júri. O julgamento começa com 25 homens e mulheres selecionados para a função e, por meio de uma urna física, o juiz sorteia os nomes. A cada nome anunciado, defesa e acusação têm direito de veto. Cada um dos lados pode recusar até três nomes.
O trâmite para a escolha dos jurados e o juramento dos sete homens selecionados foi um dos motivos para fazer com que o depoimento da primeira testemunha começasse cerca de uma hora, apenas, depois da abertura dos trabalhos no Rio de Janeiro.
Como Lessa e Queiroz são réus confessos e já firmaram delação premiada, a intenção, segundo fontes da acusação, é fazer um julgamento pedagógico, de modo que seja possível explicar de forma clara os progressos da investigação e o papel de cada um dos dois.
As testemunhas escolhidas pela acusação, como a mãe de Marielle e as viúvas de Marielle e Anderson também tiveram fator simbólico. A primeira chamada a depor foi a ex-assessora de Marielle, Fernanda Chaves, que estava no mesmo carro que ela e Anderson e sobreviveu ao atentado.
Antes de começar a depor, Fernanda solicitou que os réus fossem impedidos de estarem na transmissão, o que foi acatado pela juíza.