Libertadores: começo ruim de brasileiros não é para desespero
Apenas o Galo venceu na primeira rodada; Os outros seis brasileiros devem se recuperar na competição


O começo ruim dos brasileiros na Libertadores não é motivo para desespero.
Apenas o Atlético-MG venceu na primeira rodada; Botafogo, Grêmio e São Paulo perderam; Palmeiras, Flamengo e Fluminense empataram.
O aproveitamento dos times do país na abertura da competição foi ruim, não chegou a 30%.
Por que não há motivos para desespero?
- Os times brasileiros são superiores tecnicamente à maioria de seus adversários nos grupos.
- Dos derrotados na estreia, apenas o Botafogo atuou em casa e com time completo.
- Na segunda rodada, seis equipes brasileiras jogarão como mandantes.
- Entre os sete times brasileiros, quatro estrearam em meio às decisões de seus campeonatos estaduais.
- Com a sequência de jogos na competição continental, os jogadores se adaptarão ao estilo de jogo mais pegado e brigado e à arbitragem, que não marca tantas faltas como no futebol brasileiro.
Todo ano a história se repete
Apontados como favoritos, boa parte dos brasileiros começa mal. Em 2023, cinco times do país não venceram na primeira rodada. Entre eles estavam o Palmeiras, semifinalista, e o Fluminense, que seria campeão.
O modelo do futebol brasileiro atrapalha
Só no Brasil existem os campeonatos estaduais. Eles provocam uma situação que remete ao passado, lá pelos anos 1960, quando em várias ocasiões as equipes do Brasil poupavam titulares na Libertadores e priorizavam os estaduais. Ou situações bizarras, como o Santos abrindo mão de disputar o torneio sul-americano para excursionar pelo mundo.
Como no Brasil os torneios se acumulam e não se respeitam – pelo contrário, se canibalizam –, os estaduais e as rodadas iniciais do Brasileirão batem de frente com o início da Libertadores. Não há tempo para respirar.
A tendência é de que lá pela segunda etapa da fase de grupos, no quarto jogo, a maioria dos brasileiros esteja estabelecida em seus grupos.
Embora haja um sinal de alerta para dois dos derrotados: Botafogo e São Paulo.
Vejamos caso a caso a sequência:
O Botafogo perdeu em casa e na segunda rodada viaja a Quito para enfrentar a LDU (EQU), campeã da Copa Sul-Americana e os três mil metros de altitude. Este jogo já é decisivo. Na sequência, fará dois jogos em casa, contra Universitário (PER) e LDU.
O São Paulo, derrotado pelo Talleres (ARG) como visitante, receberá o Cobresal (CHI) no Morumbi, depois viaja a Guayaquil para encarar o Barcelona (EQU) e ao Chile para a volta, em pleno deserto. É proibido tropeçar casa.
Para o Grêmio, que assumiu o risco de perder para o Strongest (BOL) jogando com reservas, a sequência tem a final do Gauchão antes do Huachipato (CHI), na Arena. Depois viaja para enfrentar o Estudiantes (ARG). De novo: é proibido vacilar em casa.
Após empatar na estreia contra o San Lorenzo (ARG), poupando para a final do Paulistão, o Palmeiras receberá o Liverpool (URU) no Allianz e viajará para Quito, onde enfrentará o difícil Independiente Del Valle (EQU). É obrigatório ganhar e fazer saldo contra os uruguaios.
O caso do Flamengo não preocupa pela decisão do Carioca, encaminhada, mas pela logística da Libertadores. O segundo jogo é diante do Palestino (CHI), no Maracanã, mas o terceiro será com o Bolívar (BOL) na temida altitude de quase quatro mil metros de La Paz.
Ao empatar contra o Alianza Lima (PER), o atual campeão Fluminense salvou um resultado importante. A sequência é desafiadora: Colo-Colo (CHI) no Maracanã e Cerro Porteño (PAR) no Paraguai. Desfalques e a média de idade alta do time são desafios extras.
Quem se deu melhor foi o Atlético-MG. A goleada sobre o Caracas (VEN), fora de casa, anima o time para a decisão do Mineiro e, depois, o Galo recebe o Rosário Central (ARG) na Arena MRV. Pode abrir seis pontos logo de cara.
Anotem para cobrar o analista lá na frente.