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    Maurício Noriega
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    Maurício Noriega

    Mauricio Noriega é um dos jornalistas esportivos mais reconhecidos do país. Ganhou o prêmio ACEESP de melhor comentarista esportivo de TV seis vezes.

    Santos ganha em cima do “segredo” do Palmeiras na final do Paulistão

    Carille explorou o lado direto da defesa de Abel Ferreira, a joia da coroa do treinador português, e se deu bem

    Ponto para o Santos e para Fábio Carille no primeiro tempo da final do Campeonato Paulista. O time grande que está na Série B teve uma atuação nota A em termos de estratégia e venceu justamente por 1 a 0.

    O Santos pode empatar no próximo domingo, na casa palmeirense, que será campeão paulista. Para conseguir o tricampeonato estadual, o Palmeiras precisa vencer por uma vantagem de dois gols.

    Alguns fatores foram determinantes para a vitória santista.

    O primeiro deles: vontade. Sobrou determinação para todos os jogadores santistas, enquanto alguns pilares do jogo palmeirense ficaram devendo em entrega. Principalmente Raphael Veiga, o pensador do time, e o lateral adaptado como zagueiro Marcos Rocha. Ambos estiveram dispersos. Veiga aceitou a marcação e errou tudo que tentou. Rocha, responsável pelo início das principais jogadas do Palmeiras, jogou muito mal.

    O melhor do jogo foi o atacante santista Guilherme. Aberto pelo lado esquerdo, aproveitou o jogo ruim de Rocha e levou pânico à defesa alviverde, inclusive no lance do gol santista, que começa pelo lado direito da defesa verde. Do outro lado surgiu Otero, 1,65m de altura, aproveitando o vacilo do uruguaio Piquerez, 20 centímetros mais alto, para marcar de cabeça.

    Além de Guilherme, brilharam no Santos o zagueiro Gil, com atuação impecável, e o volante Pituca, soberano na condução do ritmo da partida. Giuliano, que no Santos tem a função de Veiga no Palmeiras, teve atuação discreta. Joaquim, companheiro de Gil na zaga, também fez jogo seguro.

    Os goleiros das duas equipes fizeram intervenções importantes, que impediram que o Santos ampliasse a vantagem, e que o Palmeiras empatasse.

    No duelo dos treinadores, vantagem clara para Fábio Carille.

    Com um elenco inferior, igualou no posicionamento, venceu na estratégia de atacar o Palmeiras onde o adversário costuma construir suas vitórias e tirou mais vontade de seus jogadores. Seu pecado foi ter recuado demais a equipe na segunda etapa e ter demorado para perceber a mudança de proposta do Palmeiras sem Endrick e Flaco López.

    Abel Ferreira demorou a ler o que o Santos fazia e insistiu com Rocha e Mayke pelo lado direito. O treinador português insistiu com Veiga, mas conseguiu arrumar a equipe na parte final do jogo. Poderia ter empatado, não fosse a péssima pontaria de Rony e as boas intervenções de João Paulo.

    Se a vantagem do Santos é suficiente ou insuficiente, o tempo e a semana dirão. Enquanto os santistas terão a semana livre para trabalhar, o Palmeiras jogará fora de casa em sua estreia na Libertadores, contra o San Lorenzo (ARG).

    O que fará Abel Ferreira? Repetirá a estratégia de jogar com reservas na Libertadores, adotada com sucesso na temporada passada? O adversário na final estadual era o Água Santa, muito inferior ao Santos atual.

    Carille, um especialista em defesa, jogará administrando a vantagem construída na Vila?

    Qual o peso que o fim da invencibilidade de 20 jogos do Palmeiras terá em seu treinador e em seu elenco?

    O Palmeiras segue favorito, mas, desde o início da temporada, o Santos evoluiu mais e mais rápido que o rival, mesmo com menos recursos. O campeão brasileiro está devendo um grande jogo no nível do único que fez nesta temporada, contra a Ponte Preta. Precisará disso para superar um adversário que sai fortalecido e tirou a vantagem teórica do rival mais poderoso com base em entrega e estratégia bem executada.

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