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    Maurício Noriega
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    Maurício Noriega

    Mauricio Noriega é um dos jornalistas esportivos mais reconhecidos do país. Ganhou o prêmio ACEESP de melhor comentarista esportivo de TV seis vezes.

    Brasileirão 2024: um Raio-X dos times no campeonato

    Torneio terá início neste sábado (13) e domingo (14) com dez partidas

    O Campeonato Brasileiro 2024 começa neste fim de semana com dez jogos que vão agitar o sábado e o domingo do futebol nacional. Às vésperas da bola rolar, sempre surge aquela vontade de apontar os favoritos à taça, quem briga pra não cair, a galera que só vai ser coadjuvante e quem vai ser a surpresa.

    Por isso, este que vos escreve, aponta nos próximos parágrafos com um misto de análise e feeling quais devem ser os papeis de cada time no Brasileirão.

    Quem são os favoritos ao título?

    Flamengo

    O elenco mais poderoso. Pedro, Cebolinha, Arrascaeta, De La Cruz, Gabigol, Bruno Henrique, Luiz Araújo, Pulgar, Gerson, Ayrton Lucas, Viña, Léo Pereira, Léo Ortiz, Fabrício Bruno, Rossi e por aí vai. A lista impressiona e o Flamengo tem dinheiro para mais. Tite deu juízo a um time que era irresponsável. A equipe sofreu apenas um gol na conquista do estadual.

    Palmeiras

    Não tem um elenco talentoso como o do Flamengo, mas compensa com o trabalho coletivo de quatro anos de Abel Ferreira e uma base vencedora. Passa por um momento de transição tática. Vem da conquista do tricampeonato paulista, confirmando a fama de time da virada. A largada será importante porque Endrick, o destaque do time, vai embora no meio do ano.

    Atlético-MG

    Apenas o Flamengo tem mais opções no elenco do que o Galo. A conquista do pentacampeonato mineiro veio com o uso em escala industrial desse elenco. Scarpa, Igor Gomes e Vargas entraram para mudar o jogo e transformar desvantagem de um gol em virada por 3 a 1. O treinador argentino Gabriel Milito ganhou fôlego para, efetivamente, começar o trabalho.

    Grêmio

    É impressionante a sinergia entre Grêmio e Renato Portaluppi. Maior jogador do clube, Renato técnico faz coisas no Grêmio que só ele parece ser capaz. Recupera jogadores desacreditados (nem todos, mas o aproveitamento é ótimo), como fez com Diego Costa. Também lança jovens talentosos como Nathan Fernandes. A mescla é a força do heptacampeão gaúcho.

    Internacional

    No papel, tem elenco padrão Atlético-MG. Falta apenas o time sair do papel. O treinador argentino Coudet conta com fartas opções de talento: Enner Valência, Borré, Lucas Alario, Fernando, Aranguiz, Thiago Maia, Maurício. O desempenho coletivo ainda é insuficiente, e o impacto psicológico da eliminação na semifinal do Gaúcho e dos tropeços na Copa Sul-Americana ainda não foram superados.

    Quais times terão que mostrar a que vieram?

    Fluminense

    O atual campeão da Libertadores ainda sente efeitos do calendário apertado pelo Mundial. A dúvida é a capacidade de um time cheio de jogadores com mais de 30 anos suportar a temporada. A média é de 27,3 anos, mas os “veteranos” são vários: Fábio (43); Felipe Melo (40); David Braz (36), Renato Augusto (36) e Cano (36); Marcelo (35); Ganso, Manoel e Keno (34).

    Athletico-PR

    Absoluto em seu estado, o Furacão ainda precisa provar que é capaz de conquistar o Brasileirão pela segunda vez (tem apenas uma conquista, em 2001). A força demonstrada nas Copas não se repete nos pontos corridos. Embora o elenco seja bom e tenha uma mescla interessante de experiência com juventude, a missão de Cuca é dar estabilidade.

    São Paulo

    A grande incógnita. Quando venceu a Supercopa esperava-se que viesse com tudo em 2024. Mas o desempenho decepcionante no Paulistão e a estreia ruim na Libertadores deixam mais dúvidas do que certezas. Carpini parece perdido, e as lesões constantes no elenco como as de Calleri, Lucas e Wellington Rato deixam o time à mercê de um lampejo de James Rodríguez.

    Bahia

    Investimento, pré-temporada na Inglaterra e aproximação com o grandão do Grupo City. A torcida do Bahia vinha com a expectativa no teto, mas a realidade bateu à porta nas finais do Baiano. Perder o título para o rival Vitória em ano de Ba-Vi de volta à Série A foi um choque de realidade. Rogério Ceni não empolga a torcida e segue refém de seus conceitos.

    Fortaleza

    O time mais organizado do Nordeste vive um trauma de decisões. Em 2023, perdeu a Copa do Nordeste para o Ceará e a Sul-Americana para a LDU (EQU), quando era favorito. Neste ano, falhou na busca pelo hexa estadual diante do maior oponente e a pressão será grande sobre o treinador argentino Vojvoda nas quartas da Copa do Nordeste e no Brasileiro. A torcida quer mais.

    Quais times podem viver o céu e o inferno?

    Corinthians

    Turbilhão de crises e confusões, o Timão começou prometendo mudanças positivas, mas entregando uma humilhante eliminação na primeira fase do Campeonato Paulista. O treinador português António Oliveira avisou que o caminho será longo. Resta saber se de esperança ou sufoco? O time tem bons valores individuais, mas falta ideia de futebol.

    Botafogo

    Em meio às denúncias ainda sem comprovação do dono de sua SAF, John Textor, o Botafogo não é um time que inspira confiança. Ficou fora das semifinais do Carioca e estreou na Libertadores com derrota acachapante em casa. A forma como a equipe desmorona em algumas partidas provoca calafrios em seus torcedores para uma competição que clama por equilíbrio.

    Vasco

    A Colina Histórica vive tensa. O motivo é o distanciamento entre o proprietário da SAF e o presidente Pedrinho. Alexandre Mattos saiu, e o projeto de grandes contratações deve ficar mais pés no chão. O time está longe de empolgar e depende do talento do francês Payet. Mas, sozinho, ele não derrubará a Bastilha.

    Cruzeiro

    Com a casa sendo arrumada, é natural que a expectativa do cruzeirense aumente. Em vez de lutar para permanecer na Série A, a torcida pede mais. A capacidade de entrega do time é duvidosa. Na final do Mineiro ficou evidente que o cobertor é curto e as peças de reposição são pouco animadoras. Difícil saber se a chance de dar certo é maior que a de dar errado.

    Red Bull Bragantino

    Um caso para estudo. Por ser um time de empresa que comprou uma camisa tradicional do interior, a impressão que fica é que falta paixão. Não que falte comprometimento, mas sim aquela chama do time que joga por uma torcida e não por uma empresa. Tem bom time, bons valores, mas na hora que todo mundo acha que vai, fica.

    Quem luta para não cair?

    Juventude

    O time comandado por Roger Machado alcançou a final do Campeonato Gaúcho, eliminando o favorito Inter, mas perdendo o título para o Grêmio. A questão do elenco é crucial. A média de idade é alta: 27,2 anos. Veteranos como Gilberto (34), Jean Lucas (32) e o interminável Nenê (42) comandam um grupo que precisa fazer do estádio Alfredo Jaconi sua fortaleza.

    Criciúma

    O campeão catarinense retorna à Série A após dez anos. O estádio Heriberto Hulse costuma se transformar num caldeirão quando a equipe empolga. O time do técnico Cláudio Tencatti é baseado numa defesa forte e em jogo físico. No elenco estão jogadores experientes como Renato Kayzer e Marquinhos Gabriel. Mas será preciso se reforçar para não sofrer.

    Atlético-GO

    O tricampeão goiano retorna à Série A, após o rebaixamento em 2022. O veterano Vágner Love (39) se destaca no elenco que tem os colombianos Yoni González e Mateo Zuelta; os uruguaios Alejo Cruz e Emiliano Rodriguez; e o chileno Araos. Jair Ventura tem um time competitivo. A dúvida é saber o real potencial, pois o Goiano é um campeonato fraco.

    Cuiabá

    O Dourado subiu em 2021 e gostou da Série A. O campeão mato-grossense tem uma série invicta de 20 jogos. Ano passado, terminou na 12ª posição, o que rendeu uma vaga na Copa Sul-Americana. Com média de idade inferior a 24 anos, tem os experientes Deyverson, Clayson, Sobral, Marlon e Bruno Alves. Em 2023 foi melhor fora de casa. Para não sofrer, tem que se impor jogando na Arena Pantanal.

    Vitória

    O campeão da Série B de 2023 e baiano de 2024 retorna à Série A após cinco anos. O triunfo sobre o Bahia no estadual turbina as esperanças da torcida. A média de idade do elenco é de 28,2 anos, mas o time que vai a campo tem esbanjado vigor sem os veteranos. Alerrandro, ex-Red Bull Bragantino e Atlético-MG, se destacou no estadual. Um elenco mais encorpado é obrigatório. Sem reforços, fica difícil.

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