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    Maurício Noriega
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    Maurício Noriega

    Mauricio Noriega é um dos jornalistas esportivos mais reconhecidos do país. Ganhou o prêmio ACEESP de melhor comentarista esportivo de TV seis vezes.

    Dez perguntas que John Textor, dono do Botafogo, precisa responder

    Norte-americano faz acusações graves sobre manipulação de resultados e arbitragem; por enquanto, sem provas

    A regra é clara: quem acusa tem o ônus da prova. Como o assunto é arbitragem de futebol, pego emprestada a famosa frase do árbitro Arnaldo Cezar Coelho.

    O tema é a ameaça feita pelo dono do Botafogo, o bilionário norte-americano John Textor, de revelar provas de pagamento de propina a árbitros no futebol brasileiro.

    Ameaça porque ele disse que vai mostrar o que chama de provas em 30 dias.

    De concreto, Textor apenas lançou o chamado balão de ensaio em sua cruzada para justificar com fatores extracampo o fiasco de seu time no Campeonato Brasileiro de 2023.

    Discurso com mais buracos do que certezas

    Como brasileiro gosta tanto de teoria de conspiração quanto de futebol, o assunto viralizou.

    Em um país historicamente testemunha de escândalos de corrupção em diversas esferas, desconfiar é esporte nacional.

    Mas há mais buracos que certezas no discurso do empresário norte-americano, que desde novembro do ano passado entrou em rota de colisão com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

    Textor coloca sob suspeita todo o sistema de arbitragem do Campeonato Brasileiro das edições de 2021, 2022 e 2023.

    Dez perguntas a Textor ficam no ar

    1. De quando é o áudio que ele afirma ser de um árbitro cobrando o suposto pagamento de uma propina que ainda não teria sido feito? De 2021, 22 ou 23?
    2. O áudio esclarecerá se a propina foi efetivamente paga?
    3. As gravações revelarão quem é o corrupto e quem foi corrompido?
    4. Qual o objetivo da suposta propina? Favorecer time A ou B ou prejudicar C ou D?
    5. Textor comprou o Botafogo em março de 2022. O time estava na Série B em 2021, ano em que ele coloca sob dúvida a lisura do Campeonato Brasileiro. A Série B de 2021 também estaria sob suspeita?
    6. Se as gravações forem anteriores ao desfecho do Brasileiro da Série A de 2023, por que Textor decidiu revelar tudo somente agora?
    7. Como as gravações foram obtidas?
    8. Se o Botafogo tivesse sido campeão em 2023, as supostas irregularidades ocorridas nos anos anteriores teriam sido ignoradas por ele?
    9. As gravações explicarão as dez partidas sem vitória do time na reta final do Brasileiro de 2023? Há uma propina para cada jogo em que cada uma delas ocorreram?
    10. O teor das gravações será material suficiente para anular jogos e dar ao Botafogo o título que o time perdeu em campo?

    Como a promessa é de que em 30 dias conheceremos o teor das gravações que o dono do Botafogo afirma ter, será preciso esperar até lá.

    Saudado por uns, atacado por outros

    Por enquanto, o bilionário divide opiniões.

    É saudado por quem, como ele, acredita que acusações são provas sem que seja necessário investigação e julgamento.

    É atacado por quem vê nele uma versão com sotaque e muito mais dinheiro que os cartolas brasileiros adeptos de discursos inflamados para justificar derrotas.

    De acordo com o teor das gravações, John Textor passará para a história como um idealista revolucionário ou um bilionário lunático.

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