Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Mariana Janjácomo
    Blog

    Mariana Janjácomo

    Correspondente em Washington, Mariana Janjácomo é mestre em jornalismo pela New York University e ama descobrir cada canto de uma das cidades mais multiculturais do mundo

    Planos de guerra em app: escândalo do governo Trump é alvo do Senado

    Enquanto senadores chamam postura do governo de irresponsável, Casa Branca tenta minimizar situação - e a internet já transformou tudo em meme

    Senadores dos Estados Unidos querem entender se autoridades do governo Trump desrespeitaram a lei e colocaram a segurança nacional em risco ao discutir planos de ataques no Iêmen em um grupo do aplicativo de conversas Signal – com a presença indevida de um jornalista.

    A história extraordinária, que ganhou as manchetes e as redes sociais do país, pode configurar uma violação do Ato de Espionagem de 1917, que protege informações relacionadas à defesa dos Estados Unidos.

    Em uma reportagem publicada no The Atlantic, o jornalista Jeffrey Goldberg explica como foi colocado subitamente e por engano pelo conselheiro nacional de segurança, Mike Waltz, no grupo do aplicativo em que figuras como o secretário de defesa, Pete Hegseth, o vice-presidente americano, J.D. Vance, e o diretor da CIA, John Ratcliffe, discutiam planos dos ataques contra os Houthis no Iêmen.

    Goldberg relata que, a princípio, não sabia se o grupo era verdadeiro ou se se tratava de uma espécie de armadilha. Depois, o governo americano confirmou a veracidade da conversa, afirmando que o número de Goldberg tinha sido incluído por engano e que o grupo não representou ameaça à segurança nacional.

    Mas planos de ataques militares não são discutidos em aplicativos de conversas; há canais do governo específicos para isso. Em audiência do Comitê de Inteligência nesta terça (25), senadores democratas chamaram as autoridades do governo Trump de “incompetentes” e “irresponsáveis”.

    O assunto dominou a internet e logo os memes chegaram: “mandou mensagem para o seu ex? Pelo menos você não ameaçou a segurança nacional”, dizia um deles, de uma página de humor, com milhares de compartilhamentos.

    Em meio à enorme repercussão, o líder da minoria democrata, Hakeem Jeffries, pediu para que Trump demitisse Pete Hegseth. A Casa Branca e os republicanos tentam minimizar a situação.

    Anos atrás, diversos republicanos, incluindo Hegseth, condenaram a então candidata à presidência Hillary Clinton por ter usado um e-mail particular para tratar de assuntos do governo. Foi uma grande crise, que prejudicou a candidatura da democrata. Nesta segunda (24), Hillary compartilhou nas redes sociais um trecho da reportagem do Atlantic, e escreveu “Vocês só podem estar brincando.”

    O escândalo pode trazer consequências graves ao governo Trump – ou não. A reação dos republicanos também serve como um termômetro da lealdade a Trump. O New York Times reportou que um senador da Louisiana, John Kennedy, comentou o seguinte: “De um jeito ou de outro, eu não acho que os americanos se importam. A maioria está mais preocupada com o custo de vida. Não acho que exista uma preocupação sobre planos sendo discutidos em uma conversa de aplicativo.”

    Tópicos