Com dados da Receita e das redes, Trump endurece cerco contra imigração

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Em uma medida sem precedentes, o governo americano vai usar informações de imigrantes em situação irregular no país fornecidas pela IRS, agência equivalente à Receita Federal brasileira, para encontrar e deportar essas pessoas mais facilmente.
Na mesma semana, o governo também anunciou que passou a monitorar perfis de redes sociais de alguns grupos de imigrantes em situação regular em busca de sinais de discurso antissemita ou alinhado com ideologias de grupos com o Hamas.
A primeira medida, ligada à Receita, deve impactar imigrantes que, apesar de estarem nos Estados Unidos sem permissão para isso, pagam impostos.
Um relatório do Instituto de Taxação e Política Econômica de 2024 mostrou que, em 2022, imigrantes sem documentação pagaram 97 bilhões de dólares em impostos locais, estaduais e federais.
O governo americano afirma que usará os dados para encontrar imigrantes que já receberam ordem de deportação ou são alvos de investigação criminal federal, inclusive por permanecer nos Estados Unidos.
A decisão levou a uma onda de demissões na IRS, de servidores que questionam a moralidade e constitucionalidade do compartilhamento de dados dos imigrantes para deportá-los.
Já a segunda medida, anunciada na quarta-feira (9), deve afetar principalmente estudantes estrangeiros e imigrantes que estão no processo de se tornarem residentes nos Estados Unidos.
O Departamento de Segurança Interna afirma que vai recusar os pedidos de benefícios se encontrar sinais de antissemitismo ou discursos relacionados a organizações consideradas terroristas nos perfis de redes sociais desses imigrantes.
Uma contagem da CNN mostrou que, em 2025, o governo americano revogou os vistos de mais de 300 estudantes, professores e pesquisadores de dezenas de universidades ao redor do país.
Alguns casos vem chamando atenção no país por incluírem também a deportação imediata dessas pessoas. E com medidas como o recém-anunciado monitoramento de redes sociais, essas situações podem se tornar ainda mais frequentes.