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    Mariana Janjácomo
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    Mariana Janjácomo

    Correspondente em Nova York, Mariana Janjácomo é mestre em jornalismo pela New York University e ama descobrir cada canto de uma das cidades mais multiculturais do mundo

    Análise: Nos EUA, protestos mostram insatisfação de jovens com governo Biden

    Eleitorado jovem sempre foi base importante para democratas; neste ano, porém, o apoio do grupo é incerto

    Os protestos pró-Palestina que se espalham pelas universidades dos Estados Unidos deixam claro o descontentamento dos estudantes com as políticas do governo americano em relação a Israel. Essa insatisfação estava clara desde o começo da guerra, mas se tornou ainda mais evidente com o crescimento das mortes de civis na Faixa de Gaza — e representa uma fonte de preocupação para Joe Biden no ano eleitoral.

    Uma pesquisa da Universidade de Harvard mostrou que apenas 9% dos americanos de 18 a 29 anos de idade acreditam que o país está indo na direção certa, o que representa uma porcentagem historicamente baixa. Apenas 18% deles aprovam a forma como o governo Biden está lidando com a situação envolvendo Israel e Hamas.

    A falta de popularidade entre os mais jovens não significa que Biden vá perder votos para a oposição, representada por Donald Trump. Afinal não é no ex-presidente que esse grupo encontrará as medidas pró-Palestina que tanto defende. Mas em um país onde o voto não é obrigatório, o entusiasmo (ou a falta dele) para ir às urnas é o que pode fazer a diferença.

    Os americanos não obrigados a escolher a opção menos pior — podem simplesmente ignorar o processo eleitoral, ainda que isso traga consequências preocupantes. Historicamente, jovens compõem um pilar forte do eleitorado democrata, mas isso pode mudar neste ano.

    Pela forma como as votações funcionam por aqui, com o sistema de colégio eleitoral, será especialmente importante observar o comportamento dos jovens nos estados-pêndulo, sem predomínio claro de democratas ou republicanos. São esses os lugares que acabam definindo as eleições e que, neste ano, concentram os esforços de Biden e Trump para conquistar o apoio de grupos específicos. A ideia é convencer os eleitores de que votar vale, sim, a pena – mesmo que para algum candidato de quem você não goste muito.