Não sei se vocês viram a discussão recente na internet sobre a ida da Bruna Marquezine à fazenda Talismã, do cantor Leonardo, atual sogro dela. Ela tava lá pro aniversário do namorado, João Guilherme, mas contrariando a expectativa de quase todo mundo, não apareceu inicialmente em nenhuma foto/vídeo/story de quem tava lá – e isso rendeu muuuuitos comentários por aí.

Bom, obviamente não vou escrever especificamente sobre isso (afinal, não tenho nada a ver com a vida deles), mas vendo todo esse auê, parei pra pensar em como hoje a gente é refém do que vê na internet. Esses dias mesmo, minha mãe me ligou umas 22h e disse “onde você tá, filha? Fez nada hoje, quase não postou story…” e eu respondi que tinha sido um dia cheio de trabalho e por isso não tinha conseguido nem parar pra pegar o celular.

Ou seja, como ela não tinha visto nada online, era como se a minha vida offline também não tivesse existido. Que maluquice, né? A internet, que há pouco tempo era só uma “janela” pro mundo, acabou virando o próprio mundo, se é que isso faz sentido. Se eu não postei, não aconteceu. E nem vem torcer o nariz pra minha mãe com aquele discursinho evoluído de quem não é vítima dessa realidade: “ah, mas eu acho um absurdo quem vive a internet o tempo todo” – diz a pessoa que não larga o celular pra nada e passa horas no feed das redes sociais.

Em maior ou menor grau, quase todo mundo tá aprendendo a lidar com essa interação entre mundo real e virtual, então de algum jeito, a chance é muito grande de você também ter perdido um pouco a noção de onde começa um e termina o outro.

Eu posso dizer pela minha experiência: eu trabalho com isso, o que torna tudo ainda mais complexo, e vira e mexe me pego vivendo muito mais online do que offline. Tirando fotos e fazendo vídeos com o objetivo único e exclusivo de postar, sabe? Veja bem… eu AMO registrar tudo e compartilhar com as pessoas na internet, mas de uns tempos pra cá, eu percebi que precisava fazer isso também fora dela.

Foi então que eu comecei a adotar uma nova estratégia: tirar fotos pra colocar na geladeira. Fotos que não necessariamente vão ser postadas. Fotos reais, sem grandes produções. Momentos que eu quero guardar pra mim e não dividir com o mundo. E isso tem me rendido boas lembranças – e uma geladeira quase toda coberta já!

O que eu quero propor aqui é só uma reflexão mesmo: pra você, onde fica essa linha do real e virtual? Não acredito que existe uma regra, nem certo e errado. Mas vale parar e pensar se a gente não tá vivendo muito online – a nossa vida e a dos outros – e esquece que tem um mundo gigante lá fora que foge do nosso alcance. Às vezes dá vontade de abrir a janela pra mostrar esse mundo pros outros e ver o que tá acontecendo, mas às vezes não dá. E essa decisão é de cada um.

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