Rafa Chalub: o humor faz a realidade ser mais suportável
Em entrevista ao Na Palma da Mari, humorista conhecido por vídeo da "Pfizer" conta como conseguiu ocupar vários espaços sendo engraçado e reflete sobre a importância da comédia em ajudar as pessoas
Uma “doença” e ao mesmo tempo uma “sina”. É assim que Rafa Chalub, antes conhecido como Esse Menino, define a comédia para quem a ama e trabalha com ela.
Em entrevista ao Na Palma da Mari, o humorista contou que sempre soube que era uma pessoa engraçada e que, inclusive, se apoiou nesse traço de personalidade para para conquistar espaços improváveis.
“Até quando a pessoa não segue essa carreira, ela é engraçada no trabalho, sabe? Eu trabalhava em shopping e eu era insuportável. Eu não vendia nada, mas ficava fazendo gracinha o dia inteiro”, lembra.
Rafa diz que para ele a comédia era uma válvula de escape, e poder viver disso como profissão é uma sorte imensa, um privilégio e uma responsabilidade. Ele lembra que quando morava em Teófilo Otoni, não sentia que se encaixava naquele lugar, mas sobrevivia sendo engraçado.
“Eu já sentia que eu não pertencia”, confessa. “Não só pela questão de ser artista, mas também pelo fato de ser viado. E viado aparecido é pior ainda. Porque o viado tende a ficar ‘tranquilinho’, passar aqueles anos mais difíceis da adolescência fugindo da homofobia, e depois vai pra cidade grande e lá se descobre, corta a franja, toda bonita. Mas eu já era pra frente lá”.
O humorista disse que ao mesmo tempo que não se sentia quisto em todos os lugares, conseguiria quebrar barreiras com o humor.
“Eu era o viado que sentava na mesa com os caras, com a galera que chegou a fazer bullying comigo durante uma época, homofobia, depois teve um 360º porque eu era engraçado, e gostava de tomar uma”, explica. “O humor me fez chegar em vários lugares e foi muito meu cartão de entrada pra muitos ambientes”.
Ele também refletiu sobre como rir de certas situações pode ajudar as pessoas. “A gente acha que quando a gente ri de alguma coisa, está tirando o valor daquilo. Mas a gente não está tirando o peso daquilo, está ressignificando”, afirma.
Segundo Rafa, a realidade é dura, mas não precisa doer tanto assim. “Não precisa ser esse grande mártir, essa grande cruz. Eu posso rir dessa cruz enquanto eu estou carregando ela, entendeu? E eu acho que isso não tira a seriedade de nada, não diminui a luta de nada, mas acho que faz ser mais suportável”.
E ele conclui: “Ih, falei lindo!”.
Confira o bate-papo completo: