Mari Palma

Blog

Mari Palma

Sou jornalista, com pós em moda, neurociência e comportamento. Também sou embaixadora da Marvel, fã de Friends e Beatles, 4 vezes tia e mãe de cachorro

Carnaval: ou você ama ou odeia. Mas e quem fica no meio disso?

Nem fã nem hater: existe um grupo de pessoas no centro que precisa ser reconhecido
Carnaval de rua no Brasil  • Mario Tama/Getty Images
Compartilhar matéria

Todo ano é a mesma coisa: a poucos dias do Carnaval, começam a brotar das profundezas da internet os foliões apaixonados de um lado e os ~super descolados haters do outro.

E aí começa a treta:

“ah, não vejo a hora de passar esse feriado”

“você é chato e deveria ir num bloquinho pra ver”

“bloquinho lotado, com música ruim e no sol, jamais!”

“é uma energia incrível e uma festa que precisa ser valorizada"

Pipipi popopó. É um falatório que não acaba nunca.

Quer dizer, acaba… quando acaba o Carnaval. Aí começa de novo no ano seguinte.

E é sempre a mesma discussão: ou você ama ou você odeia. Ou é fã ou é hater. Mas e quem não é nem um nem outro? Fica onde, hein? Acho que tá mais do que na hora de ouvir as pessoas que não se encaixam em nenhum dos dois extremos - eu sou uma delas.

O que significa fazer parte desse grupo: a gente não cria grandes expectativas e trata o Carnaval como um feriado qualquer, mas também não vai ficar reclamando da festa no Twitter junto com os haters. Quando for a hora do bloquinho, com certeza vai chegar um convite do grupo dos fãs e aí a gente coloca nossos limites: se for bloquinho gigante e lotado, não vai rolar.

A gente só vai nos bloquinhos pequenos, com família, sombra e lugar pra sentar. Se tiver um banheiro perto, melhor ainda. De fantasia, a gente provavelmente vai pegar um glitter ou uma pedrinha do nosso amigo mais empolgado e improvisar ali na hora mesmo.

E se tocar uma marchinha ou uma música mais conhecida, até dá pra arriscar um passinho com os dedinhos pra cima. Depois de umas 2 horinhas, enquanto o grupo se prepara pra emendar um outro bloquinho, a gente pega nossas coisinhas e volta pra casa. Pronto, Carnaval aproveitado com sucesso.

Nem lá nem cá. Nem amor nem ódio. A gente é feliz no meio do caminho. Reconhece a importância da festa e a celebração da liberdade e diversidade que ela propõe, mas faz isso do sofá da sala. Admira o trabalho das escolas de samba e a beleza dos desfiles, mas acompanha no dia seguinte pelo feed do Instagram. Sem atrapalhar a diversão de ninguém e garantindo a nossa.

Se você também se reconhece nesse grupo, compartilha esse link e quem sabe não aparecem mais pessoas que pensam do mesmo jeito? Enquanto os outros brigam, a gente só quer o direito de ter um Carnaval mais ou menos.

Acompanhe Entretenimento nas Redes Sociais