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    Mari Palma
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    Mari Palma

    Sou jornalista, com pós em moda, neurociência e comportamento. Também sou embaixadora da Marvel, fã de Friends e Beatles, 4 vezes tia e mãe de cachorro

    #CNNPop

    Alguém, por favor, dê um prêmio para o ator que interpreta Capitão Pátria em The Boys

    Se você viu os últimos episódios da série, provavelmente concorda comigo que o Antony Starr é um dos maiores nomes dos últimos tempos

    Se você deu uma volta pela internet nos últimos dias, provavelmente viu alguém falar sobre a série “The Boys“. Ela é baseada em um quadrinho e conta a história de um grupo de super-heróis que é uma inspiração para o mundo. Super famosos, poderosos, celebrados em todo lugar, cheios de privilégios… porém, com um lado sombrio que quase ninguém conhece. É aí que entra o outro grupo – de humanos – conhecido como “The Boys”, com o objetivo de expor e combater a corrupção e os abusos dos heróis.

    “Ah, mas é mais uma história de super-herói”. Eu sei que tem gente que pode pensar assim. Mas nesse caso, a série usa a figura do herói pra falar de assuntos que podem muito fazer parte da nossa vida do lado de cá: polarização política, principalmente. Tenho certeza, inclusive, que quando você assistir, vai conseguir relacionar rapidinho com a realidade. Mas não é sobre a série que eu quero falar nesse texto, e sim sobre o protagonista (ou antagonista) dela: o Capitão Pátria.

    Na história, ele é o líder dos super-heróis. Aquela figura carismática salvadora da pátria, que esconde um lado frio, sádico, narcisista, quase psicopata (e talvez eu esteja sendo boazinha). Um personagem multifacetado, extremamente complexo, daqueles que a gente ama odiar. Quem vive o Capitão Pátria é o Antony Starr, um ator neozelandês que eu não conhecia.

    Extremamente querido e simpático, pelo que vi em várias entrevistas, o que só torna ainda mais difícil o desafio de viver esse papel e transmitir a dualidade do personagem: alternar entre o grande herói norte-americano e o vilão manipulador e cruel. Às vezes na mesma cena. Ele faz isso tão bem, em um nível que talvez seja impossível explicar com palavras em um texto na internet.

    A cada episódio, a gente se surpreende com a habilidade do ator em captar as nuances emocionais e psicológicas do personagem. O olhar cínico, os dentes cerrados, o sorriso amarelo… eu não sei como, mas ele consegue mudar de expressão com uma facilidade que eu não lembro de ter visto em nenhum outro papel.

    O showrunner da série, Eric Kripke, chegou a falar sobre isso em uma entrevista: ”Uma das coisas que mais adoro na televisão é a sua capacidade de evoluir e se ajustar à medida que as informações chegam, e você pode personalizar o papel. Depois de ver com o que o ator se sente confortável, no que ele se destaca e onde estão alguns de seus pontos cegos, você pode realmente começar a aproveitar seus pontos fortes. No caso do Capitão Pátria, por exemplo, a capacidade de Antony de fazer 16 expressões faciais quando outra pessoa faz uma é simplesmente surpreendente”.

    Isso ficou ainda mais evidente no quarto episódio da temporada atual, que foi ao ar na semana passada, e conta um pouco da infância do Capitão Pátria. Uma das maiores atuações dele, se não a maior. Não vou contar aqui o que acontece porque não quero dar spoiler e estragar a experiência de quem decidir assistir, mas é impressionante como ele consegue colocar uma camada adicional de profundidade e deixar o personagem ainda mais assustador. Um talento absurdo que tem sido bastante reconhecido pelos fãs e críticos da série, mas que merece muito mais do que isso. Pra não dizer que só eu tô pedindo, uso mais um trecho da entrevista do showrunner: “Dêem um Emmy para aquele cara. Não entendo por que isso ainda não aconteceu”. Pois é, eu também não.

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