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    Luísa Martins
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    Luísa Martins

    Em Brasília, atua há oito anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

    Prisão de Braga Netto não “acelera” a de Bolsonaro

    Investigação vê pouca chance de ex-presidente ser alvo de preventiva

    A prisão preventiva do general Walter Braga Netto, ocorrida neste sábado durante operação da Polícia Federal (PF), não significa que a do ex-presidente Jair Bolsonaro esteja próxima.

    Fontes da investigação veem pouca chance de Bolsonaro ser alvo de prisão preventiva neste momento. A avaliação continua sendo de que ele só será detido se vier a ser condenado pela tentativa de golpe de Estado.

    O cenário só mudaria se o seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, que fechou acordo de delação premiada, preste novos esclarecimentos dizendo que Bolsonaro está de alguma forma tentando obstruir a Justiça.

    Por enquanto, a PF não viu indicativos de que o ex-presidente tenha atuado neste sentido, diferentemente de Braga Netto, suspeito de tentar acessar indevidamente trechos sigilosos da delação de Cid.

    A leitura da PF é de que o general queria saber o que Cid disse a seu respeito para poder “se preparar” para eventuais novas diligências que pudessem tê-lo como alvo, e assim atuar para destruir provas.

    Conforme mostrou a CNN, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), onde a investigação sobre o golpe de Estado tramita, também minimizam a possibilidade de Bolsonaro ser alvo de prisão preventiva.

    Uma ala da Corte entende que o ex-presidente deve ser preso apenas depois da sentença que vier a ser imposta pelo Supremo, para evitar a conflagração do cenário político nacional.

    Os crimes atribuídos a Bolsonaro – organização criminosa, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e tentativa de golpe de Estado – preveem regime fechado e podem chegar a 28 anos de prisão.

    De acordo com fontes do Judiciário, a prisão preventiva – ou seja, anterior à definição das penas – poderia mobilizar as forças extremistas que apoiam Bolsonaro a ponto de gerar uma nova onda de ataques à Corte.

    Os relatórios da PF com os indiciamentos de Bolsonaro, Braga Netto e outras 38 pessoas estão com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pretende oferecer denúncia no início de 2025.

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