Mobilização no RS tira forças policiais da Amazônia e afeta combate ao garimpo ilegal, diz governo
Mobilização de efetivo da PF, PRF, Forças Armadas e Força Nacional "não pode ser ignorada", informa União ao Supremo
Os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul não se restringem ao Estado e estão afetando até mesmo o combate ao garimpo ilegal em terras indígenas na Amazônia.
A informação consta em um documento enviado pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso.
Barroso pediu que o governo federal se manifestasse sobre supostas falhas apontadas pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) quanto ao enfrentamento à atividade garimpeira nos territórios onde vive o povo Munduruku.
A União citou que a destinação, ao Rio Grande do Sul, de agentes das Forças Armadas, da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional, além de viaturas e aeronaves, tem afetado as operações na Amazônia.
“Não se pode ignorar a existência de relevante fator circunstancial superveniente, qual seja, o recente evento climático extremo que atingiu o Estado do Rio Grande do Sul, a exigir intensa mobilização de efetivos de diferentes órgãos federais”, diz o documento.
A União também argumenta que as ações do governo federal estão seguindo o cronograma já previsto anteriormente e que qualquer alteração, neste momento, “pode desorganizar” uma atuação planejada em conjunto entre diferentes ministérios.
Por outro lado, afirmou que a PF tem intensificado ações na região, “com foco na descapitalização e desarticulação de grupos criminosos que lucram com a atividade da mineração ilegal”.