Dino negou buscas contra deputados do PL
PGR também foi contra; operação da PF focou em assessores
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da Polícia Federal (PF) para que os próprios deputados Carlos Jordy e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) fossem alvos da operação desta quinta-feira.
Com isso, os mandados miraram apenas assessores dos deputados. A suspeita é de que eles tenham desviado recursos de cotas parlamentares, por meio de um conluio com empresários.
A PF havia solicitado buscas e apreensões também em endereços dos parlamentares, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra a medida. Dino seguiu o parecer da PGR.
A avaliação foi de que não há, no presente momento da investigação, indícios de que Jordy e Sóstenes tivessem envolvimento ou mesmo conhecimento das atividades ilícitas do grupo.
Os assessores vão responder pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. De acordo com a PF, eles usavam uma empresa de locação de veículos para simular contratos de prestação de serviços.
Ao longo da investigação, foram identificadas transferências divididas em vários depósitos sucessivos de pequeno valor, em uma prática considerada “clássica” para driblar os órgãos de fiscalização.
Os policiais cumpriram seis mandados de busca e apreensão em endereços localizados no Rio de Janeiro, no Tocantins e no Distrito Federal. A operação da PF foi batizada “Rent a Car”.
Cavalcante negou irregularidades. “Podem revirar tudo, não vão achar nada”, escreveu o deputado nas redes sociais. Na tribuna da Câmara dos Deputados, Jordy disse que “não há nada de errado” no aluguel de carros para uso parlamentar.