Abin paralela: Delações devem inaugurar nova fase da investigação da PF
Diretor da PF já anunciou negociação de acordos com investigados
A celebração de acordos de delação premiada deve inaugurar uma nova fase na investigação que apura um sistema de espionagem ilegal pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, já anunciou que estão em curso tratativas para que investigados assinem os acordos e passem a colaborar com a Justiça.
As delações são vistas com preocupação pelo entorno de Bolsonaro. Pessoas próximas ao ex-presidente temem a situação de “um novo Mauro Cid”.
Cid foi ajudante de ordens de Bolsonaro e fechou acordo na investigação sobre a suposta comercialização ilegal de joias no exterior, que também implica o ex-presidente.
Na semana passada, relatório da PF apontou indícios de cooptação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por servidores que buscavam atacar opositores de Bolsonaro e favorecer seus familiares.
Cinco pessoas foram presas em operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A jornalistas, em 11 de junho, Rodrigues disse que a possibilidade de fechar delações de investigados estava “em fase de discussão interna com possíveis colaboradores”. Investigadores, no entanto, mesmo sob reserva, evitam citar nomes.
Os acordos só passam a valer, entretanto, a partir do momento da homologação – o que caberá a Moraes, relator da investigação na Corte.