A defesa de Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais do governo de Jair Bolsonaro, pediu acesso às câmeras de segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) para verificar as circunstâncias da prisão do advogado Sebastião Coelho.

O desembargador aposentado, que integra a banca de Martins, foi detido em flagrante pela Polícia Judiciária do STF por desacato e ofensas ao tribunal, depois de ser impedido de entrar no plenário da Primeira Turma. A defesa alega que ele estava exercendo uma “prerrogativa profissional”.

Segundo o tribunal, Coelho não se credenciou para acompanhar o julgamento. A defesa de Martins contesta. Diz que, na véspera, fez contato telefônico com a Corte e que um servidor dispensou a necessidade de cadastro, já que os advogados estão constituídos no processo.

Martins também foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento na suposta trama golpista, mas ele faz parte do chamado “núcleo 3”, cuja denúncia será julgada mais adiante.

Após o incidente com Coelho nesta terça-feira, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, “determinou a lavratura de boletim de ocorrência e, em seguida, a liberação do advogado”, segundo informou a Corte.

Em uma petição ajuizada no Supremo, os advogados de Martins afirmam que a prisão do colega reforça uma conduta abusiva por parte do relator, ministro Alexandre de Moraes. A defesa requer a suspeição do relator.

Um dos advogados da banca, Marcelo Almeida Sant’Anna, disse à CNN que Coelho foi conduzido para uma sala deserta e que o seu celular foi apreendido, e que as imagens das câmeras vão permitir a elucidação do caso.