Caso Americanas: integridade de novas provas preocupa investigadores
Receio é de que o tempo transcorrido desde a revelação da fraude contábil - dois anos - possa ter levado à ocultação ou destruição de evidências


Os dois anos transcorridos entre a revelação da fraude contábil das Americanas e a operação Disclosure podem ter prejudicado a integridade de parte das provas, segundo avaliação de investigadores a par do caso.
Embora o conjunto probatório coletado até agora seja considerado robusto, há uma preocupação com a possibilidade de que eventuais novas evidências tenham sido ocultadas ou destruídas neste meio tempo.
Nesta quinta-feira, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram operação para prender dois ex-diretores da companhia.
O ex-CEO da empresa, Miguel Gutierrez, vive em Madri há um ano. Ele foi preso nesta sexta-feira, um dia após ser considerado foragido e ter o nome incluído na lista de procurados da Interpol.
A ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali vive em Portugal e ainda é considerada foragida. O nome dela permanece na lista da Interpol.
A operação tem origem em informações enviadas ao MPF pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e em acordos de delação premiada fechados com ex-executivos da empresa.
A fraude é estimada em R$ 25,3 bilhões. Estão em apurações os crimes de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Em nota, antes mesmo da prisão do executivo, a defesa de Gutierrez informou que ainda não teve acesso aos autos do mandado de prisão, mas destacou que “jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude” e que está colaborando com as autoridades. A CNN tenta contato com a defesa de Anna.