Chefe de gabinete de Alcolumbre e conselheira na empresa do pré-sal: veja quem é assessora citada em relatório da PF
Ana Paula Magalhães era contato de grupo que fraudava licitações e teve integrantes presos na semana passada
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Ana Paula Magalhães de Albuquerque Lima, assessora que tinha contato direto com presos na semana passada por suposto esquema de fraude em licitações públicas e emendas parlamentares, não é apenas mais uma funcionária no gabinete do senador Davi Alcolumbre (União-AP).
A servidora comissionada atua como chefe de gabinete do parlamentar, que é o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e favorito para assumir o comando do Senado a partir de 2025.
De acordo com a função, Ana Paula é a responsável por “dirigir, controlar, supervisionar, coordenar, planejar e orientar” o mandato parlamentar.
Sua competência abrange não apenas as atividades legislativas, como também, administrativas, operacionais e estratégicas.
Fontes do gabinete relataram à CNN que a relação entre Ana Paula e Alcolumbre é de proximidade e confiança. Tanto que, em agosto deste ano, a chefe de gabinete foi indicada para acumular outra função no serviço público.
Ana Paula Magalhães de Albuquerque Lima agora é também membro do conselho de administração da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) — empresa pública, vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), responsável pela comercialização de petróleo e gás natural pertencente à União nos campos do pré-sal.
Nos próximos anos, a PPSA poderá arrecadar mais de R$ 500 bilhões com a comercialização das parcelas de petróleo e gás da União e em contratos de partilha das plataformas de petróleo Mero, Atapu e Tupi.
A indicação da chefe de gabinete de Alcolumbre para a PPSA teria partido do Ministério de Minas e Energia, devido à proximidade entre o senador e o ministro Alexandre Silveira.
A reportagem questionou Silveira e o parlamentar sobre essa indicação, mas ainda não obteve resposta.
Na estatal, Ana Paula recebe mensalmente uma remuneração de R$ 8.040. Esse montante se soma ao pagamento mensal do Senado, de mais de R$ 17 mil.
O relatório de 668 páginas da Polícia Federal (PF) obtido pela CNN aponta que o empresário Marcos Moura, integrante do diretório nacional do União Brasil e preso na semana passada sob a acusação de liderar o esquema de fraude em licitações públicas, tinha contato direto com a chefe de gabinete de Alcolumbre.