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    Larissa Rodrigues
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    Larissa Rodrigues

    Acompanha de perto as articulações do Congresso com o Executivo e como a relação entre os Poderes interfere na vida da população e na economia do país

    Análise: Mabel assume uma Goiânia com falta de dinheiro e crise sem precedentes na saúde

    Desafios do novo prefeito também incluem mobilidade urbana e problemas com a Justiça Eleitoral

    Empresário com vasta experiência na política de Goiás, Sandro Mabel (União Brasil) assume, neste 1° de janeiro de 2025, a Prefeitura de Goiânia. A capital, que cresceu consideravelmente nos últimos anos, enfrenta graves problemas financeiros, além de crises na saúde e mobilidade urbana.

    O novo prefeito terá, de imediato, o desafio de reerguer a saúde, setor que, no último mês, passou por uma intervenção estadual. A ação na Secretaria Municipal de Saúde foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), após solicitação do Ministério Público de Goiás (MP-GO).

    O MP-GO alegou sucateamento das unidades de saúde, grandes filas nos hospitais e a não utilização de verbas federais. No fim de novembro, o Secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, foi preso sob suspeita de irregularidades na pasta.

    Mabel afirmou que decretará situação de calamidade pública logo no início do mandato. Para ele, a cidade está em colapso e exige medidas emergenciais.

    O que ainda não se sabe é se essas medidas serão suficientes para recuperar o funcionamento das secretarias de Saúde e Finanças de Goiânia, assim como para garantir que os hospitais conveniados prestem o devido serviço à população.

    O cálculo do novo prefeito é que a capital goiana acumula dívidas na área da saúde e com fornecedores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) — responsável pela limpeza da cidade — que ultrapassam R$ 1,5 bilhão.

    Além disso, o novo prefeito terá que entregar obras de mobilidade paralisadas, o que dificulta a vida dos mais de 2 milhões de habitantes da cidade, que foi planejada inicialmente para 100 mil pessoas.

    O trânsito caótico e a falta de transporte coletivo eficiente — a cidade não possui metrô — também estão entre as reclamações mais frequentes dos goianienses. Uma violência crescente e pobreza também são desafios que a capital de Goiás enfrenta.

    A promessa de Mabel é iniciar o mandato com uma reforma administrativa, reduzindo o número de secretarias em busca da maior efetividade. Para isso, contará com o apoio do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), um dos responsáveis pela eleição dele.

    No entanto, enquanto assume a prefeitura de Goiânia, Sandro Mabel precisará lidar, paralelamente, com problemas na Justiça Eleitoral. Uma decisão monocrática cassou o registro do prefeito e da vice-prefeita, Cláudia Lira (Avante), além de condenar o governador Caiado por abuso de poder político.

    A decisão também tornou ambos inelegíveis por oito anos. Contudo, como as defesas recorreram, Sandro Mabel permanecerá no cargo até a análise final.

    A inelegibilidade de Caiado e Mabel foi solicitada pelo Ministério Público Eleitoral, após uma ação protocolada pela chapa do candidato Fred Rodrigues (PL), que disputou o segundo turno com o novo prefeito.

    A acusação é de abuso de poder político pelo uso do Palácio das Esmeraldas, sede do governo de Goiás, durante eventos de apoio à candidatura de Sandro Mabel.

    “Nós entendemos que a decisão é desproporcional. Os advogados vão cuidar disso. Essa é uma ação que demora tempo para caminhar, enquanto isso, nós vamos cuidar de Goiânia”, garante o prefeito.

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