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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Visita de Tarcísio e Caiado a Israel não tem impacto no cenário internacional, avaliam integrantes do governo

    Visita seria um novo capítulo da provocação de Netanyahu ao governo Lula

    Integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que a visita a Israel dos governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ronaldo Caiado (Goiás) é mais uma tentativa do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de desviar o foco do aumento das críticas pela ofensiva na Faixa de Gaza, onde já morreram mais de 30 mil pessoas.

    A percepção da diplomacia brasileira é que a agenda com políticos da direita demonstra “desespero” e não tem efeito prático no cenário internacional no momento em que até o os Estados Unidos subiram o tom.

    Tradicional aliado de Israel, o presidente Joe Biden disse que o líder israelense “deve prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo perdidas como consequência das ações tomadas”.

    Na avaliação dos integrantes do governo ouvidos pela CNN, a visita é um novo capítulo da provocação de Netanyahu ao governo Lula, enquanto o bolsonarismo se vale do assunto para pautar a militância em meio às investigações que miram o ex-presidente e aliados por tentativa de golpe.

    O convite foi classificado por uma fonte como “pirotecnia barata”.

    Diante disso, a ordem é não responder para evitar dar palanque a Netanyahu e à oposição, que se vale do assunto para pautar a militância em meio às investigações que miram o ex-presidente e aliados por tentativa de golpe.

    Tarcísio e Caiado devem ter ao menos cinco dias de agenda oficial no país do Oriente Médio. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também foi convidado, mas recusou, alegando já ter compromissos programados para o período.

    Já Bolsonaro está proibido pela Justiça de deixar o país. Seu passaporte foi retido em fevereiro, quando foi alvo da operação da Polícia Federal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. A defesa do ex-presidente informou que pediria autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a viagem, mas ainda não foi protocolada uma petição.

    Comparação

    O início da visita oficial dos governadores está marcado para a próxima segunda (18), quando se se completará um mês da declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ao criticar a ofensiva de Israel em Gaza e comparar com o Holocausto.

    “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse a jornalistas durante viagem à Etiópia.

    A declaração desencadeou uma crise diplomática. Lula foi declarado persona non grata, e o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, foi chamado de volta pelo presidente. Ainda não há previsão para o retorno do diplomata, o que indica que a relação entre os dois países segue estremecida.

    Programação em Israel

    Como mostrou a CNN, a programação em Israel inclui visita dos governadores Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado ao local atacado pelo Hamas durante um festival de música eletrônica em 7 de outubro e encontro com sobreviventes, além de visita ao Museu do Holocausto.

    Os governadores também esperam se reunir com o presidente Isaac Herzog e com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Há ainda a possibilidade de conhecerem um centro de inteligência e estratégia das Forças de Segurança israelenses.