Renan Calheiros defende Lula sobre fala contra Israel: não “banalizou” o holocausto
Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado diz que oposição “politizou” discurso do petista; Mauro Vieira aceitou convite para dar explicações, segundo senador
Após convidar o chanceler Mauro Vieira para prestar esclarecimentos sobre a crise diplomática com Israel, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Disse que o petista não “banalizou” o holocausto.
À CNN, Calheiros disse que declaração está sendo tirada de contexto para servir uma politização tanto pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, quanto pela oposição brasileira.
“A declaração do presidente Lula está sendo tirada de contexto para uma radical politização”, disse Calheiros.
O senador argumentou que o posicionamento de Lula já era conhecido tanto é que o Brasil apoiou a iniciativa da África do Sul de denunciar Israel por genocídio.
“A fala de Lula não comporta discussão semântica, nem tentativa esdrúxula de politização. Tirar a frase de contexto é desumano. Ele não banalizou, não citou o holocausto, não atribuiu um crime generalizado a um povo, mas foi crítico ao governo”, disse.
No último domingo (18), Lula disse que o Exército israelense comete genocídio e fez alusão à matança de judeus por Adolf Hitler.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o presidente.
Convite aceito
De acordo com Calheiros, o chanceler Mauro Vieira se comprometeu a ir à Comissão de Relações Exteriores no início de março após os compromissos nas reuniões do G20 e uma viagem internacional.
Antes do convite do presidente da CRE, os senadores Carlos Viana (Podemos-MG) e Carlos Portinho (PL-RJ), de oposição, já haviam apresentado requerimentos para ouvir o ministro Mauro Vieira na comissão de Relações Exteriores.
No caso de Carlos Viana, que preside o grupo parlamentar Brasil-Israel, o requerimento é de convite e se estende ao ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência sobre assuntos internacionais.
Já Portinho apresentou um pedido de convocação. Neste caso, o convocado é obrigado a comparecer.