PL tira do ar lista de apoio à anistia para driblar pressão do governo
Oposição admite ter perdido três assinaturas após divulgação de apoiadores
A lista com as assinaturas de deputados federais que apoiaram o pedido urgência do Projeto de Lei (PL) da Anistia foi tirado do ar do sistema da Câmara a pedido do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
A medida foi uma tentativa de driblar a pressão do governo que quer retaliação aos parlamentares da base que endossaram o requerimento.
Integrantes do PT tiveram acesso à relação de 251 deputados que assinaram o pedido de urgência.
Mais de cem parlamentares da base de Lula colocaram suas assinaturas, o que gerou indignação no Palácio do Planalto.
À CNN, Sóstenes Cavalcante confirmou que três deputados retiraram o apoio por pressão do governo petista. Ele afirmou que o vice-presidente da Câmara, Altineu Cortes (PL-RJ), pediu que a área técnica da Casa restringisse o acesso às assinaturas.
“Três colegas retiram o nome da lista, que estava com acesso por um erro da tecnologia. Altineu pediu para tirar tudo do ar e corrigir o erro. Foi uma estratégia para não expor os deputados. O governo quer chantagear o parlamento”, disse o líder.
De acordo com Sóstenes, às 19h desta sexta-feira (11) o pedido de urgência atingiu 265 assinaturas. Ele afirmou que só divulgará novamente a relação de apoios quando atingir 280 deputados.
O líder disse que seu objetivo é apresentar o pedido de urgência na reunião de líderes marcada para o dia 24 de abril, no retorno do feriado da semana passada.
O PL quer uma força-tarefa nos próximos dias com os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), para garantir novas assinaturas. Além do engajamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O pedido de urgência recebeu o endosso de parlamentares do União, Progressistas, Republicanos, PSD e MDB. Todos com assento na Esplanada dos Ministérios do governo Lula.
No cálculo do PL, 280 assinaturas é um número confortável para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), acatar o pedido de urgência.
“Não precisamos confrontar o Hugo. Estamos produzindo um colchão de conforto para o presidente para que possa levar a matéria adiante”, disse.