O pastor Silas Malafaia, organizador do ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista (25), disse estar rindo da possibilidade de ser intimado a prestar esclarecimentos à Polícia Federal.

À CNN, o líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo ainda se recusou a confirmar se telefonou para o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), antes da manifestação.

“Pergunta para o ministro Gilmar se ele falou comigo. Não vão arrumar picuinha minha com o ministro Gilmar”, disse Malafaia.

Fontes confirmam que antes da manifestação o religioso fez contato com o Gilmar Mendes antes para comunicar que, embora não fosse subir o tom contra o STF, não deixaria de citar Moraes. Ainda segundo apurou a CNN, o pastor, um dos maiores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sempre tentou manter uma “relação cordial” com o decano da Corte.

No ato, Malafaia criticou a Corte, o Tribunal Superior Eleitoral e citou nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura a tentativa de golpe.

“Alexandre de Moraes disse que a extrema direita tem que ser combatida na América Latina. Como ministro do STF tem lado? Ele não tem que combater nem extrema-direita nem extrema esquerda. Ele é guardião da Constituição”, disse o pastor em cima do trio.

O que Moraes disse, em agosto de 2023, é que há um processo de crescimento do populismo de extrema-direita que tem atacado a democracia internamente, de forte participação nas redes sociais por meio de “milícias digitais”.

Como mostrou a âncora da CNN Tainá Falcão, investigadores avaliam convocar o líder religioso a prestar esclarecimentos sobre o discurso, que também sugere apoio do governo Lula à invasão da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

“Eu estou rindo dessa narrativa que serei intimado. Se falar a verdade é ataque, estão se acostumaram com a mentira”, reagiu à CNN.