Motta e Alcolumbre devem ficar de fora de ato do 8/1 no Planalto
Aliados dizem que presença em cerimônia organizada por Lula poderia causar desgaste com a direita às vésperas da votação
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Na expectativa de serem confirmados como próximos presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP) devem passar longe do ato organizado pelo Palácio do Planalto para lembrar os dois anos da ataques às sedes dos Três Poderes, na quarta-feira, 8 de janeiro.
O argumento oficial é que ambos estão em recesso e, portanto, fora de Brasília.
Aliados, porém, admitem o receio de que a participação no evento possa causar atrito com parlamentares de oposição às vésperas da eleição no Congresso.
Embora a vitória dos dois seja dada como certa, ambos querem evitar desgastes com a direita antes da votação. Uma das pautas prioritárias da oposição é justamente o PL da Anistia, projeto de lei que pretende perdoar condenados pela invasão e depredação do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF).
Integrantes de partidos do Centro, sob reserva, falam que a cerimônia sobre o 8/1 e em defesa da democracia que ocorrerá no Palácio do Planalto tenta ser capturada pelo governo Lula e pelo PT.
Já os atuais presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também não confirmaram participação no ato organizado pelo Palácio do Planalto. No ano passado, mesmo com a cerimônia no Congresso, Lira não compareceu.
O ato organizado pelo governo Lula começará às 9h30. Ministros foram convocados para participar do evento.
A programação inclui a entrega de obras de arte restauradas, como o relógio do século 17 reparado na Suíça, além de um “Abraço da Democracia”, na Praça dos Três Poderes.