Maduro deve estar preparado para cobranças de Lula, dizem fontes
Assessor internacional, Celso Amorim embarca até sábado para acompanhar eleições na Venezuela
Integrantes do governo brasileiro afirmam que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deve estar preparado para cobranças e reprimendas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o processo eleitoral no país vizinho.
A eleição venezuelana ocorre no próximo domingo (28) sob desconfiança internacional da transparência dos resultados. Maduro tenta mais um mandato de seis anos pela terceira vez.
A votação será acompanhada pelo assessor internacional da Presidência, Celso Amorim, que deve embarcar para Caracas até o próximo sábado. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também enviará dois observadores.
Na segunda-feira (22), Lula disse ter ficado “assustado” com as declarações de Maduro de que haverá um “banho de sangue” caso perca as eleições. No dia seguinte, o venezuelano respondeu às críticas: “quem se assustou que tome um chá de camomila.”
À CNN, fontes da diplomacia afirmaram que Lula deve se manter crítico. Esses mesmos interlocutores argumentam que o presidente tem cobrado o cumprimento dos Acordos de Barbados, assinado em 17 de Outubro de 2023, para garantir a participação da oposição na disputa presidencial, bem como a transparência e confiabilidade dos resultados.
O compromisso foi mediado pela Noruega e teve o apoio do Brasil, entre outros países.
Ao retornar ao Palácio do Planalto em 2023, Lula deu início a uma política de aproximação com a Venezuela. Ao comentar sobre o país vizinho, o brasileiro chegou a relativizar o conceito de democracia. Maduro também foi recebido no Palácio do Planalto com honras de chefe de Estado.
O Palácio do Planalto, porém, passou a demonstrar incômodo com o fato de o regime de Maduro ter tirado da disputa eleitoral as duas principais opositoras: Maria Corina Machado e Corina Yoris.
O atual candidato da oposição com mais chances nas urnas no próximo domingo é o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, de 74 anos.
Em entrevista à correspondente da CNN Luciana Taddeo, Gonzaléz disse acreditar que integrantes do governo Lula não estão dispostos a apoiar “fraude” eleitoral.
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