Lula voltará a discutir maus-tratos a deportados nesta terça-feira (28)
Presidente se reunirá com chanceler e ministros da Justiça e Defesa; Brasil analisa como fazer um pedido de explicação ao governo americano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve voltar a discutir a situação dos brasileiros deportados dos Estados Unidos após conversar, nesta segunda-feira (27), com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O Brasil analisa como fazer um pedido de explicação ao governo americano.
O novo encontro para debater as suspeitas de maus-tratos aos brasileiros está previsto para esta terça-feira (28) e deve contar também com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandoski, e do ministro Defesa, José Múcio Monteiro.
O governo brasileiro estuda como fazer o pedido de explicações aos Estados Unidos sobre o tratamento dado aos deportados. Para isso, aguarda também os depoimentos dos passageiros que foram colhidos pela Polícia Federal.
Nesta segunda-feira, segundo apurou a CNN, o chanceler fez um relato ao presidente Lula sobre o que ouviu do delegado Sávio Pinzón, superintendente interino da PF no Amazonas, e do major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional, na noite de sábado (25), quando o avião com 88 deportados chegou a Manaus (AM).
Mauro Vieira também apresentou ao presidente dados sobre outros voos de brasileiros expulsos dos EUA. Desde 2022, a média tem sido 15 aviões por ano e esta é a primeira vez que há relatos de maus-tratos e agressões.
Integrantes do governo brasileiro citam que o uso de algemas a bordo do voo não é o problema, visto que a avaliação de risco cabe aos americanos, responsáveis pelo transporte, e faz parte do acordo de deportação firmado pelos dois países em 2018.
Os pontos a serem questionados ao governo americano se referem justamente o tratamento dado aos brasileiros, o que inclui a escolha da aeronave que apresentou problemas técnicos, bem como a equipe que acompanhou o trajeto.
Uma avaliação preliminar é que o voo foi supervisionado por pessoas sem o treinamento necessário para lidar com a situação.
Também foi considerado inadmissível o fato de os deportados terem sido algemados e acorrentados já em solo brasileiro, quando pousaram em Manaus, devido à falha técnica do avião.