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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Lula aposta na educação para melhorar popularidade do governo

    Governo anunciou, nesta segunda-feira (22), ampliação do programa Pé de Meia para além dos integrantes do Bolsa Família

    A educação é aposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar reverter a curva da baixa popularidade e neutralizar a avaliação negativa de outras áreas do governo apontada em recentes pesquisas de opinião.

    Nesta segunda-feira (22), Lula anunciou que vai ampliar o programa Pé de Meia, que cria uma poupança para estudantes do ensino médio, para além de integrantes do Bolsa Família.

    A ideia é que o programa se torne uma marca do terceira gestão do presidente, assim como Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e o PAC foram nas gestões anteriores.

    A atual gestão vem acumulando uma série de avaliações negativas, mas a educação, comandada pelo ministro Camilo Santana, é a que tem tido resultados mais positivos.

    A percepção é que o resultado se deve justamente à criação do programa Pé de Meia, que dá um incentivo financeiro a estudantes de baixa renda. A ideia de Lula agora é justamente estender o benefício para a todos os jovens inscritos no Cadastro Único (CadÚnico).

    Na mais recente pesquisa Ipec, das oito áreas avaliadas em apenas a Educação a avaliação positiva maior do que a negativa.

    Em Educação, 38% dos entrevistados consideram a gestão de Lula como ótima ou boa. Já 31% avaliam como ruim ou péssima. Ela é regular para 28%.

    Em uma das áreas sensíveis para o governo, a Segurança Pública teve avaliação ruim ou péssima para 42%; ótima ou boa para 27%; regular para 28%. A pesquisa foi feita em março em meio à crise gerada pela fuga de dois presos da penitenciária de segurança máxima federal em Mossoró (RN). Os fugitivos foram recapturados após 50 dias de fuga.

    Outra área que preocupa o Planalto é a Saúde, que foi considerada ruim ou péssima para 42% das pessoas; ótima ou boa para 29%, e regular para 30%.

    O Brasil vive uma epidemia de dengue e já registrou 1.601 mortes neste ano. O número de óbitos é o mais alto desde o ano 2000, de acordo com a série histórica do Ministério da Saúde.

    A Saúde é comandada pela ministra Nísia Trindade, que já foi alvo de cobranças publicamente pelo presdiente Lula e é alvo de críticas recorrentes pelo Centrão.

    No Combate à inflação, a atuação do governo Lula é ruim ou péssima para 46%; ótima ou boa para 23%; regular para 28%. O resultado ocorre mesmo diante da inflação acumulada de 3,93% em 12 meses até março, a menor marca desde junho de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Marca das gestões anteriores de Lula, o Combate à fome e à pobreza também amarga uma percepção negativa. A área é considerada ruim ou péssima para 38%; ótima ou boa para 33%; regular para 29%

    O Combate ao Desemprego é avaliado ruim ou péssima para 39%; ótima ou boa para 26%; regular para 31%. Já a a Política externa é ruim ou péssima para 37%; ótima ou boa para 30%; regular para 24%.

    Em Meio Ambiente, houve empate: 33% dos entrevistados consideram a gestão ótima ou boa e 33%, ruim ou péssima. Ela é regular para 29%.