“Lenga-lenga” aumenta pressão por mudança no Ibama
Lula reclamou da demora para autorizar pesquisa de petróleo no Foz do Amazonas
A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que há um “lenga-lenga” do Ibama para aprovar a prospecção de petróleo na Foz do Amazonas aumentou a pressão sobre o atual presidente do órgão ambiental, Rodrigo Agostinho.
A crítica pública de Lula explicitou os rumores de que o chefe do Ibama está balançado no cargo pela demora em autorizar a exploração de petróleo na Margem Equatorial no Amapá. O nome mais citado nos bastidores para ocupar o cargo é do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo.
Aliados da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e de Rodrigo Agostinho minimizam a declaração do presidente dizem que o “lenga-lenga” não é uma carta-branca para passar por cima da avaliação técnica.
No governo, a avaliação é que Marina Silva deve permanecer no cargo principalmente em ano da realização da COP30, em Belém, em novembro. Há dúvidas, porém, se terá força para segurar Agostinho à frente do Ibama.
Sob reserva, aliados do governo que militam na área ambiental afirmam que Rodrigo Agostinho conta com a confiança da ministra. E que uma saída dele poderia ser entendida como uma mudança na política ambiental do governo.
O presidente do Ibama prevê concluir o processo de avaliação dos documentos apresentados pela Petrobras até março.
“Talvez essa semana ainda vá ter uma reunião da Casa Civil com o Ibama e nós precisamos autorizar a Petrobras faça pesquisa [na Margem Equatorial]. É isso que queremos. Se depois vamos explorar é outra discussão. O que não dá é ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo”, afirmou Lula em entrevista a Rádio Diário FM, de Macapá, nesta quarta-feira (12).
Nesta quinta-feira (13), o presidente Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tem agenda conjunta em Amapá. Esta será a primeira vez que dividirão um palanque desde que Alcolumbre voltou ao comando do Senado.
Lula prometeu a Alcolumbre, na semana passada, que vai autorizar a exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira, na bacia da Foz do Amazonas.