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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Itamaraty quer evitar escalar crise com Israel e considera reação de Vieira suficiente

    Objetivo agora é focar nas reuniões do G-20 que ocorrem no Rio de Janeiro e não fazer nenhum movimento que possa ampliar a tensão com o governo israelense

    Um dia após a dura reação do chanceler Mauro Vieira ao governo de Israel, o Ministério das Relações Exteriores não tem a intenção de escalar a crise diplomática, segundo integrantes do Itamaraty ouvidos pela CNN.

    A avaliação é de que a fala de Vieira foi suficiente.

    O objetivo agora é focar nas reuniões do G-20 que ocorrem no Rio de Janeiro e não fazer nenhum movimento que possa ampliar a tensão com o governo israelense.

    É diante deste cenário que diplomatas resistem em falar de uma eventual expulsão do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine.

    A possibilidade chegou a ser mencionada em reunião no Palácio do Planalto, mas como uma medida drástica diante do agravamento da crise.

    A postura do Brasil de baixar a temperatura, contudo, pode mudar caso o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu volte a fazer novas provocações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Neste caso, por decisão política tomada a partir do Palácio do Planalto, o Brasil deve reagir à altura.

    A avaliação é que Netanyahu estimula a tensão com o Brasil na tentativa de buscar apoio doméstico em um momento de isolamento.

    Como mostrou a CNN, a dura declaração de Mauro Vieira contra o governo de Israel foi calculada com o Palácio do Planalto após o governo de Netanyahu aumentar a hostilidade a Lula nas redes sociais.

    O chanceler classificou as manifestações do governo de Israel sobre Lula são “inaceitáveis na forma” e “mentirosas no conteúdo”.

    O ministro das Relações Exteriores disse ainda que o ataque do chanceler israelense a Lula “é uma vergonhosa página da história da diplomacia de Israel, com recurso a linguagem chula e irresponsável”.

    “O povo israelense não merece essa desonestidade, que não está à altura da história de luta e de coragem do povo judeu. Em mais de 50 anos de carreira, nunca vi algo assim”, citou.

    A estratégia, ao acusar Israel de divulgar fake news, tem dois objetivos. O primeiro é buscar uma blindagem internacional. O outro é criar um escudo para evitar desgaste interno diante da artilharia da oposição.