Defesa descarta delação de coronel próximo a Mauro Cid
Coronel Bernardo Romão Corrêa Netto foi solto nesta quinta por decisão do ministro Alexandre de Moraes


A defesa do coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto, investigado por envolvimento na suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, descartou a possibilidade de uma delação premiada do militar.
Amigo do tenente-coronel Mauro Cid, Corrêa Netto foi solto na noite de quinta (7) por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
À CNN, o advogado Ruyter Miranda Barcellos disse que Corrêa Netto respondeu a todas as perguntas da Polícia Federal em depoimento prestado no dia 22 de fevereiro em Brasília. O coronel é considerado “homem de confiança” do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
“O meu cliente respondeu a todas as perguntas da Polícia Federal. Não há elementos escondidos que tenham necessidade de uma delação, disse o advogado.
Em cinco horas de depoimento, Corrêa Netto foi questionado basicamente sobre sua troca de mensagens com Mauro Cid que, segundo a PF, evidenciam um plano golpista.
De acordo com a investigação, Corrêa Netto integrava o Núcleo responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe e o Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas, que atuava sob a coordenação de Mauro Cid para manter os acampamentos diante de quartéis.
Corrêa Netto estava preso no Batalhão de Guarda Presidencial desde o dia 11 de fevereiro e foi solto na noite da quinta-feira (7) por decisão de Alexandre de Moraes. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (8) pelo STF. Ainda não há detalhes sobre as medidas cautelares impostas ao coronel.
No dia da Operação da PF, em 8 de fevereiro, Corrêa Netto estava nos Estados Unidos e foi preso apenas três dias depois. Desde 30 de dezembro de 2022 ele vivia em Washington, onde estava para fazer um curso de medidas administrativas no Colégio Interamericano de Defesa.