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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Brasil quer dar por encerrada crise com Israel e não responderá mais a provocações

    Avaliação é de que a semana termina com saldo positivo

    O governo brasileiro quer dar por encerrado o embate com Israel e não vai mais responder a provocações, disseram à CNN integrantes do Palácio do Planalto e do Itamaraty.

    Cinco dias após o início da crise diplomática, a avaliação é de que a semana termina com saldo positivo. Inicialmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi duramente criticado por comparar a ofensiva de Israel com o holocausto.

    A percepção, no entanto, é de que a reação do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ajudou o presidente Lula a reverter as menções negativas. Isso porque o tom israelense foi considerado muito acima do diplomático, inclusive internamente.

    Nesta sexta-feira (23), o chanceler isralenese Israel Katz voltou a publicar no X (antigo Twitter) de modo provocativo. “Ninguém vai separar nosso povo – nem mesmo você Lula”, escreveu junto com a imagem de pessoas abraçadas diante das bandeiras do Brasil e de Israel.

    O entendimento, tanto no Itamaraty quanto no Palácio do Planalto, é que seguir respondendo o governo israelenese apenas serve para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alimentar seu discurso populista para o público interno.

    Na terça-feira (20), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse ainda que o ataque do chanceler israelense a Lula “é uma vergonhosa página da história da diplomacia de Israel, com recurso a linguagem chula e irresponsável”.

    “O povo israelense não merece essa desonestidade, que não está à altura da história de luta e de coragem do povo judeu. Em mais de 50 anos de carreira, nunca vi algo assim”, citou.

    A fala do chanceler brasileiro foi considerada o suficiente. De acordo com diplomatas, passado o auge da crise, o momento agora é diminuir a fervura para retomar o diálogo aos poucos.

    Embaixador em Israel

    O embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, está no Brasil após ter sido chamado para consultas pelo presidente. Na diplomacia, o gesto indica o distanciamento na relação entre dois países.

    Por isso, caberá a Lula definir quanto tempo, Meyer ficará aqui. O tempo de permanência dele aqui indica também o grau de insatisfação do Brasil com Israel.

    O embaixador foi chamado para consultas após ter recebido uma reprimenda pública do chanceler israelense, em hebraico, no Museu do Holocausto em Jerusalém na segunda-feira (19). Na ocasião, Lula foi declarada persona non-grata por Israel.