Brasil pode atuar como mediador após eleição na Venezuela, dizem fontes
Diplomacia afirma que país vai ser colocar à disposição para atuar na "estabilização política" caso seja convidado
Os próximos meses devem ser desafiadores para a estabilidade política da Venezuela independentemente do resultado da eleição neste domingo (28). A avaliação de integrantes do Itamaraty é de que uma eventual alternância de poder do governo exigirá apoio da comunidade internacional.
Ainda de acordo com fontes diplomáticas, o Brasil, juntamente com a Colômbia, poderá assumir uma posição no processo de “estabilização política”, desde que seja convidado pelo grupo do presidente Nicolás Maduro e pela oposição.
Uma das maiores preocupações é justamente o longo período de transição de governo na Venezuela. São seis meses desde a eleição até a posse presidencial em 10 de janeiro de 2025.
Em comparação, diplomatas citam que democracias consolidadas como Brasil e Estados Unidos, com um tempo de transição de até dois meses, passaram pelo ataques às sedes dos Três Poderes e ao Capitólio, respectivamente nas últimas eleições.
A votação ocorre no domingo (28) sob desconfiança internacional da transparência e confiabilidade dos resultados.
Na quinta-feira (25), os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, se reuniram no Itamaraty para discutir a eleição venezuelana. Na conversa, reafirmaram preocupação e reforçaram a máxima atenção com a votação.
Com baixa popularidade, Maduro busca um terceiro mandato de seis anos. Ele enfrentará nas urnas como principal adversário o candidato da coalização da oposição, o diplomata Edmundo González Urritia.
Em 25 anos do regime chavista, este é considerado o momento mais favorável para uma alternância de poder, de acordo com as pesquisas de intenção de votos.
O assessor de Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, está em Caracas acompanhando o processo eleitoral. Ele se reuniu com o chanceler da Venezuela, Yván Gil, na sexta-feira (26).
No encontro, descrito para a CNN como “rápido” e “protocolar”, Amorim falou sobre a “importância do processo democrático” e da Venezuela para o Brasil e para a região. O assessor também transmitiu ao chanceler de Maduro o desejo de que tudo transcorra da melhor maneira.