Mauro Vieira discute resgate de brasileiros em reunião com chanceler do Líbano
Encontro ocorreu em Nova York neste sábado; Brasil estuda operação de repatriação em meio a escalada de conflito
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se reuniu na manhã deste sábado (28) em Nova York com o chanceler do Líbano, Abdallah Bou Habib. Os dois estão nos Estados Unidos para a Assembleia Geral das Nações Unidas.
Na conversa de cerca de 40 minutos, Vieira e Habib fizeram uma avaliação sobre a intensificação dos ataques aéreos de Israel contra o Hezbollah em território libanês.
Vieira informou Habib sobre o trabalho da Embaixada do Brasil na assistência aos brasileiros e sobre a consulta aos que eventualmente venham a precisar de apoio para deixar a região.
Nos últimos dias, o Brasil tem realizado a contagem de brasileiros interessados em apoio logístico para retornar ao país. O comandante da Força Área Brasileira (FAB), Marcelo Damasceno, disse à CNN que a força está preparada para uma operação de repatriação.
O chanceler de Lula também tratou sobre o planejamento em curso caso a situação piore e exija uma operação de evacuação de grande escala.
O governo brasileiro estuda rotas de resgate. Negociações estão sendo feitas para uma saída por meio de fronteiras de países como Síria e Jordânia.
Ao todo, 21 mil brasileiros vivem na região, o que aumenta a complexidade de uma operação de evacuação pelo governo. Em 2006, quase 3 mil pessoas foram regastadas em voos da FAB.
Nenhum país com grandes comunidades residentes no Líbano deu esse passo de repatriação, mas o Brasil está trabalhando nas opções possíveis em caso de agravamento da situação.
Por ora, no entanto, a diplomacia reforça que o aeroporto de Beirute continua aberto. A orientação para quem puder é deixar o país em voos comerciais, por meios próprios.
Até o momento, duas mortes de brasileiros foram confirmadas pelo Itamaraty. Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, e Mirna Raef Nasser, de 16.
Em entrevista à CNN neste sábado, Ali Hussein Nasser, tio da adolescente, afirmou que a sobrinha morreu abraçada ao pai. Os corpos dos dois foram encontrados na porta de casa, após um bombardeio.