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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    G20: texto final só foi aprovado após inclusão de duas palavras

    Menções foram feitas em trechos sobre guerras e possuem relação com o conflito na Ucrânia

    Apesar da pressão de países do G7 para reabrir as discussões sobre o trecho da declaração que tratava sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, o Brasil conseguiu o consenso entre todos os líderes do G20 depois da inclusão de duas palavras no texto que havia sido finalizado pelos negociadores.

    Após negociação, no final da tarde do primeiro dia de cúpula nesta segunda-feira (18), foram acrescentadas as palavras “infraestrutura” e “especificamente” no texto.

    O termo “infraestrutura” foi acrescentado no trecho que condena os ataques “a civis” a conflitos em andamento pelo mundo. Essa mudança vem após a Rússia ter feito um ataque de grande proporção à infraestrutura de energia da Ucrânia no domingo (17), que acontece durante a chegada do inverno rigoroso ao país.

    Foi esse ponto que motivou a pressão de países europeus a mexer no texto final, apurou a CNN.

    Leia como ficou o trecho final sobre as guerras:

    Em relação aos conflitos e guerras em andamento, reiteramos as nossas posições nacionais e as resoluções adotadas na Assembleia Geral e no Conselho de Segurança das Nações Unidas e ressaltamos que todos os Estados devem agir de maneira consistente com os Propósitos e Princípios da Carta da ONU em sua totalidade. Em consonância com a Carta da ONU, todos os Estados devem se abster da ameaça ou uso da força para buscar aquisição territorial contra a integridade territorial e soberania ou independência política de qualquer Estado. Afirmamos que todas as partes devem cumprir com suas obrigações sob o direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário e o direito internacional dos direitos humanos, e a este respeito condenamos todos os ataques contra civis e infraestrutura.

    A outra palavra incluída foi “especificamente” no parágrafo que cita a guerra da Ucrânia, destacando o sofrimento humano e os impactos negativos daquele conflito no Leste europeu. A Rússia não é mencionada no texto.

    Leia abaixo como ficou o trecho final:

    Especificamente em relação à guerra na Ucrânia, ao relembrar as nossas discussões em Nova Délhi, destacamos o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra no que diz respeito à segurança alimentar e energética global, cadeias de suprimentos, estabilidade macrofinanceira, inflação e crescimento. Saudamos todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura, mantendo todos os Propósitos e Princípios da Carta da ONU para a promoção de relações pacíficas, amigáveis e de boa vizinhança entre as nações.

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