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    Julliana Lopes
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    Julliana Lopes

    Foi repórter no SBT e na CNN em Brasília. Agora em SP, Julliana trouxe na bagagem vasta experiência em coberturas no Congresso e no governo federal

    Análise: A bronca do funcionalismo público com Lula

    Sem conseguir cumprir a promessa de reajuste salarial, governo sofre com aumento de movimentos grevistas

    Não bastasse a batalha para aparar as arestas na articulação política e conter a desidratação da popularidade, o governo federal segue pressionado, há meses, pelo funcionalismo público. Sem previsão para cumprir a promessa de reajuste salarial para servidores em 2024, o Executivo acompanha o aumento vertiginoso da insatisfação de diversas categorias e teme os impactos das paralisações no empresariado e na economia.

    De acordo com a gestão petista, a conta feita pelas categorias não cabe na meta fiscal defendida pelo ministro Fernando Haddad. Diante da negativa, a suspensão de atividades em diferentes setores já marca o ano de 2024, ainda no quarto mês.

    A lista de categorias com braços cruzados inclui servidores no Banco Central, Receita Federal, Ibama e ICMbio. A reivindicação de auditores fiscais agropecuários já impacta a emissão de certificados internacionais de exportação de origem animal. E na última semana, a adesão de técnicos administrativos e professores de universidades e institutos federais ampliou de forma significativa o movimento grevista.

    Em números, as greves no setor público registradas no primeiro ano do governo Lula já superaram as do mesmo período da gestão de Jair Bolsonaro. Foram 629 greves registradas em 2023, contra de 566 em 2019. O aumento é 12% de acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

    Diante do cenário, há quem justifique – dentro do Palácio do Planalto – que o aumento de paralisações se deve à maior liberdade para reivindicações na gestão petista. Durante o governo de Jair Bolsonaro o espaço, e o diálogo, era inexistente. Ministros envolvidos nas negociações, no entanto, admitem que o governo ainda sofre com a inabilidade na condução das mesas de negociação.

    Na corrida para conter insatisfações, a equipe do ministério de Gestão e Inovação tenta tirar do papel, ao menos, a concessão de benefícios: auxílio alimentação, saúde e creche. Apesar de divergências sobre valores, a maioria dos sindicatos já disse sim para a proposta. Ainda assim, a liberação não foi oficializada e agora sofre com os trâmites burocráticos dentro do Planalto.

    Para que sejam concedidos a partir de maio, sem implicações para o pagamento retroativo, a liberação de pagamentos precisa ser oficializada até a próxima sexta-feira (23). Sindicatos esperavam por uma confirmação ainda nesta segunda (22), mas não receberam respostas oficiais do ministério de Esther Dweck.